A canção «Garota de Ipanema», de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, faz hoje cinquenta anos. A dois de Agosto de 1962 foi apresentada num clube do Rio de Janeiro. Além do ritmo da canção, gosto do poema e do facto de ter uma musa inspiradora: Heloísa Pinheiro, hoje com sessenta e sete anos, que passava a caminho da praia, pode orgulhar-se de ter uma música feita para si. Que inveja! A mim só me caem os piropos dos trolhas...
Mas, à parte disso, se há cinquenta anos tínhamos «Olha que coisa mais linda / Mais cheia de graça / É ela menina / Que vem e que passa / No doce balanço, a caminho do mar / Moça do corpo dourado / Do sol de Ipanema / O seu balançado é mais que um poema / É a coisa mais linda que eu já vi passar», hoje a realidade é «Nossa, nossa / Assim você me mata / Ai se eu te pego, ai ai se eu te pego / Delícia, delícia / Assim você me mata / Ai se eu te pego, ai ai se eu te pego».
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Eu até ia dissertar sobre isto, mas depois de confrontar as duas primeiras estrofes de cada canção, nem me sinto com ânimo para começar. Foram dois enormes sucessos em épocas diferentes e... Caramba, quem me dera viver no passado!
Não te preocupes. Cinquenta anos depois todos conhecemos e gostamos de ouvir e relembrar " A garota de Ipanema". Daqui a cinquenta anos ninguém vai saber quem é o Michel Teló. (Valha-nos isso.)
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