segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Do ridículo

Acho extraordinário que alguém pondere seguir os «três mandamentos» ditados pelo presidente do Sporting. Já acho inqualificável o facto de alguém, em pleno século XXI, propor tais disparates, mas que haja quem faça deles lei é ainda mais chocante. É a prova de que o espírito crítico e a capacidade de análise estão desaparecidos de muitas cabeças. É ainda indicativo de que sensatez que leva a colocar as coisas em perspectiva e a vê-las na medida correcta estão, também, pela hora da morte. A forma como alguns adeptos saíram da Assembleia Geral atirando palavras e gestos pouco simpáticos à comunicação social mostra-nos que, infelizmente, ainda há quem alinhe cegamente pela batuta alheia.

Quanto às três «regras» impostas pelo controverso presidente... O meu comentário logo que vi as imagens em directo foi «recorda-me a imagem de um ditador a falar às massas». Mantenho a interpretação. 

6 comentários:

  1. Os memes que fizeram com isso estão brilhantes ahahahh a imitar o ditador da Coreia e afins. Opa ele põe-se mesmo a jeito.

    Beijinhos,
    <>O meu reino da noite ~ facebook ~ bloglovin

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    1. Sim, o do tipo da Coreia estava muito bom e assentava na perfeição! 😂

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  2. Não tenho quaisquer ilusões a respeito das pessoas. Muitas, assim que podem, adotam comportamentos inenarráveis. Ainda hoje, durante o exercício da minha atividade profissional, fui obrigada a conviver com comportamentos que nem vale a pena descrever. Da minha parte, não sei até quando irei aguentar.

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    1. Não sei qual é o teu trabalho, mas compreendo-te perfeitamente. Não sei se costumas vir aqui há muito tempo, mas eu própria tive de desistir e despedir-me do meu emprego porque estava a lidar com níveis de loucura, de desrespeito e de falta de ética que me deixaram psicologicamente em mau estado. Acabei por atirar a toalha ao chão e não me arrependo. Foi uma decisão muito pensada, mas foi a melhor que tomei. Lidava com gente que tinha ideias demasiado parecidas com as do presidente do SCP. Saí antes que do “burnout” passasse mesmo a uma depressão.

      Já por aqui falei muitas vezes do que se passa no mundo laboral e de como é um mal silencioso que mói, mas não mata. Para muita gente, ir trabalhar é uma tortura: não porque não gostem do que fazem, mas porque ou não lhes dão os meios para cumprirem dignamente as suas funções ou porque quem manda julga que tudo pode. Em muitos lugares desrespeita-se totalmente o direito ao descanso e à vida familiar do trabalhador. Noutros, os superiores sentem-se no direito de maltratar psicologicamente, de distinguir um funcionário pela negativa em frente aos seus colegas ou clientes. Ora, isto dá cabo da auto-estima e da motivação para continuar. Por muito disto, desisti de ensinar e despedi-me do lugar onde passaria a efectiva no mês seguinte.

      Desejo-te muita força para as decisões que tiveres de tomar e para manteres a sanidade no meio desses comportamentos que tens de aturar. Não é nada fácil, mas no dia em que tiveres de pesar numa balança a sua vida, a tua sanidade mental e o trabalho que fazes, então estará na hora de procurar um novo rumo.

      Beijinhos.

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  3. Fraca memória tem esta gente.

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    1. Eu diria mesmo que é a inexistência total de memória, de espírito crítico, de noção do ridículo... De tudo! E haver quem ainda vá atrás destas barbaridades é assustador. Mostra-nos que há quem precise mesmo de ser comandado, independentemente das “monomanias” do “comandante”.

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