domingo, 12 de junho de 2016

Manias estranhas

Numa das idas à Feira do Livro de Lisboa assisti ao seguinte diálogo entre uma jovem adulta e o vendedor de uma das editoras representadas no evento:

Jovem: Tem o livro ... ? (Não ouvi bem o título que ela referiu.)

O vendedor responde-lhe que sim e, antes de estender-lhe um exemplar, ela pergunta quanto custa.

Vendedor: Doze euros.

Jovem: E quantas páginas tem?

Vendedor: Quinhentas e trinta e seis. Mas pode ver.

Estende, então, o livro à jovem, que fica a folheá-lo. Aqui já eu fingia observar um livro qualquer para ver em que culminaria aquele interrogatório a partir do qual ela parecia avaliar o preço do livro pelo número de páginas. Até que ela atira a pergunta mais tonta de sempre feita por alguém interessado em comprar um livro a alguém que quer vendê-lo:

Jovem: Sabe como é que acaba o livro?

Vendedor (meio atónito): Não sei...

Admito que me ri um bocadinho. Parecia uma conversa de tontos. Geralmente o fim dos livros é mesmo aquilo que queremos manter em segredo até chegarmos lá. Mas para aquela menina, a decisão de comprar ou não tal volume dependia de três factores: o preço, o número de páginas e o final. Provavelmente se me contassem o final de alguns livros eu já não os comprava, mas aparentemente há quem pense de outra forma. A menina lá levou o livro e chegará (se é que não chegou já) o momento em que conhecerá por ela mesma o final da história. Não é esse mesmo o objectivo dos livros?

2 comentários:

  1. Que tontice ahaha
    Ao menos comprou, vá...

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  2. Ler o livro todo? Isso dá demasiado trabalho... o melhor é mesmo saber como vai ser, para não se perder muito tempo. Com sorte, ainda lê uma resenha na internet e assim já só tem que ler a última página =P
    ****

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