segunda-feira, 20 de junho de 2016

A “gatica"

Este blogue vive numa balança que tem dois pratos: livros e gatos. De vez em quando lá vem outra coisa, mas os dois temas de que mais se fala aqui são mesmo esses. E hoje voltamos aos felinos.

Faz hoje um ano que a minha gata chegou cá a casa. Lady Gatinha era uma migalhita de gato e ao pé do gatarrão que já por cá morava parecia o pequeno-almoço dele. Apesar de o Senhor Gato ser um doce, tivemos medo de que ele lhe desse uma dentada ou assim, mas depois de alguma estranheza ficou tudo bem. Portanto, faz hoje um ano que a “gatica”, como costumo chamar-lhe, dormiu a primeira noite cá em casa, escondida sob a minha mesa de cabeceira para o Senhor Gato não lhe moer o juízo, protegida por uma barreira de chinelos. Faz um ano hoje que ganhei o hábito (que entretanto desapareceu, felizmente) de “adormecer a gata”: ela era tão bebé, tão pequenina que eu precisava de garantir que ela dormiria de forma segura. Então quando eu ia para a cama, levava-a comigo, punha-a a meio da cama (para não cair, como se faz com os bebés) e fazia-lhe festinhas até ela adormecer. Depois eu já podia descansar sossegada porque ela estaria ali quietinha. Faz hoje um ano que o Senhor Gato mudou completamente: deixou de parecer um cão para passar a parecer-se mais com um gato. Uma companhia, mesmo tão pequenina, mudou-lhe a vida toda. De há um ano para cá passou a ter quem perseguir e também passou a ser perseguido. As corridas que faz já não são atrás de mim, mas atrás da colega peluda que desconhece o que seja “estar quieta”. Eu deixei de ser “o gato do meu gato” porque ele passou a ter uma companhia à sua altura. Fui muito menos mordida desde que chegou a “gatica”. Há um ano que aqueles dentinhos não me atormentam e isso é bom.

E então é isto: vivo numa loucura desde que o Senhor Gato me entrou em casa. Tenho quinhentos olhos para tudo e desde o dia vinte de Junho de dois mil e quinze passei a ter o dobro para os disparates felinos que por aqui se fazem. Se fui feliz com a chegada do Senhor Gato, o aparecimento da “gatica” completou tudo. Por mim até havia mais um peludo cá em casa, mas enquanto tal não acontece, somos todos muito felizes assim. Eu cuido deles com tudo aquilo que posso, mas eles também me dão muito a mim. Quem tem animais sabe como é e sabe que cada dia com eles vale bem a pena.

4 comentários:

  1. Respostas
    1. Eu chego a ter saudades dos meus enquanto estou a trabalhar! :S

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  2. Fizeste isso tudo nos primeiros dias da tua gatica?! Isso só pode ser amor ^^
    Quanto tiver condições para isso, adorava ter gatos aqui a saltitas e a fazer algumas asneirolas. Pensei ter dois, para que pudessem fazer companhia um ao outro, pois a maior parte do tempo estariam sozinhos. Mas também já tive o feedback que um gato, quando não tem companheiros peludos, torna-se mais próximo dos seus humanos. Ainda não decidi, mas sempre que vejo um gato na rua, só me apetece trazê-lo para casa ^^
    ****

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  3. Sozinhos ligam-se mais aos seus humanos, mas ficam numa tristeza quando tens de os deixar sozinhos que parte o coração. O Senhor Gato quando ficou sozinho nas nossas primeiras férias ficou mesmo triste. Quase nem se mexia. A minha mãe vinha tratar dele e dizia que nem parecia o mesmo gato. Depois de ter companhia. Não voltou a acontecer isso porque um distrai o outro. Sentem a falta dos donos, mas menos. Eu aconselho a teres dois. Sim, fiz mesmo aquilo tudo. Aliás, quando arranjo gatos já sei que as primeiras noites não são mesmo para dormir. Faz parte e é um treino para quando vierem os bebés. :)

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