terça-feira, 11 de setembro de 2012

Nojo

A ver se percebo... Um trabalhador a recibos verdes (precário, portanto) desconta 21,5%  do que ganha para o IRS. A partir de agora, a esse valor, vai somar-se o desconto de 30,7% para a Segurança Social. Ou seja: descontará 52,2% do que ganha. Imaginando que até aufere uns mil euros, levará para casa menos de quinhentos. Como? Perdão?
 
Esse trabalhador não tem direito a nada. Para chegar a um subsídio de desemprego tem de preencher uma série de requisitos que são difíceis de preencher. Subsídios de férias ou de Natal? Sabe lá ele o que é isso. Além de que conta sempre com a incerteza da continuidade do trabalho. Mas o que interessa isso afinal? Eu não sinto a fome no estômago destas pessoas, por isso arranjem-se, comam sopinhas ou então não comam. Vivam do ar ou vasculhem nos caixotes! Calma, eu não penso isto. Mas pergunto-me se é isto o que os Ministros pensam das pessoas que votaram neles, se é o que desejam a quem trabalha já não para luxos, mas para sobreviver. Isto, minha gente, enoja-me. Assim como me enojou um Primeiro Ministro que lança uma pesada medida de austeridade a uma hora e que daí segue para um espectáculo musical, onde se senta em bom lugar e faz coro com o restante público.
 
Este ano deixarei, em princípio, de ser uma trabalhadora independente, daquelas que não chegam a perceber muito bem se o trabalho se manterá ou não. Ainda assim não deixo de ficar revoltada com o que vejo, até porque tenho a certeza de que, mais tarde ou mais cedo, voltarei a passar os miseráveis recibos. E aí não haverá como enganar: mais de metade do meu rendimento servirá para engordar um governo que corta no músculo em vez de eliminar as gorduras. Se o fizessem, eliminavam-se a eles próprios.

2 comentários:

  1. é nestas alturas em que fico mesmo mt contente de estar no uk :s

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  2. revolta mesmo! :/ nem sei o que dizer... está tudo mesmo complicado!

    boa sorte para ti, para o próximo ano Lectivo

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