Há pouco ouvi uma senhora na televisão dizer que este Natal planeia gastar entre os cento e cinquenta euros e os duzentos nas prendas de cada filho (tinha dois). Não tenho nada que ver com as escolhas financeiras dos outros, eu também faço as minhas, contudo não consigo conceber tal coisa. Não só pela crise que estamos a viver, mas também porque... eles tinham todo o ar de ter menos de sete anos. Não me parece muito bom para a formação da personalidade de uma criança desta idade a recepção de prendas de custo mais elevado do que o orçamento que muitos dos idosos deste país têm para comer todos os meses. Posso estar errada, mas custa-me a conceber tal panorama.
Presentes? Claro que sim. Nem sequer sou adepta daquele argumento que diz «só vou dar às crianças», portanto acho que as prendas devem (quando o orçamento o permite) fazer parte do Natal de todos, ainda que sejam mais baratas de ano para ano. Agora, encher desmedidamente uma criança com presentes caríssimos parece-me um mau princípio. Como se pode explicar a estes miúdos, num dia em que os duzentos euros já não existam, a súbita contenção nas prendas de Natal? Não se explica: aguentam-se as lágrimas e as reclamações, provavelmente.
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