O Natal! Ah, o Natal! É, sem dúvida, a festa que me deixa mais à beira da loucura. Gosto de tudo aquilo que o compõe: desde as primeiras iluminações nas ruas e centros comerciais até aos filmes fofinhos que passam na televisão. Adoro tudo! E mesmo aquilo de que gosto um pouco menos é importante nem que seja para dar ambiente à coisa. Por exemplo: embora adore o Natal, não deve haver um único doce natalício de que eu goste. Rabanadas nem pensar, azevias também não, sonhos de abóbora não entram nem à martelada, coscorões não como nem morta e no que respeita às filhoses, só tolero as nortenhas «filhoses de joelho» se forem sem açúcar porque para mim são boas enquanto salgados e não como doces. Mariquices. Todavia, cá em casa mantém-se algumas dessas iguarias tradicionais porque há quem goste delas (a minha mãe tinha um colapso se não pudesse ter as suas «filhoses de joelho») e inventaram-se tradições novas. Por aqui comem-se outras coisas boas e garanto que a minha aversão a doces natalícios não me leva a engordar menos no Natal.
Adoro o cheiro do Natal, feito daquele friozinho que nos gela o nariz ao mesmo tempo que parece vir cheio do fumo das castanhas assadas que nesta altura se vão vendendo. Adoro os sons do Natal: as músicas que se repetem anos a fio, mas sem as quais parece faltar qualquer coisa porque o Natal sempre foi assim e não queremos que mude. Adoro as cores de que é feita esta festa. Os vermelhos, os verdes, os dourados, os prateados e todas as pirosices afins que se toleram no Natal e em mais momento nenhum (se bem que árvores de Natal há durante o ano inteiro e algumas têm duas pernas...). Adoro os anjinhos, bolinhas, fitinhas, lacinhos, duendes, Pais Natal, renas, trenós, embrulhos, sininhos, luzinhas, presépios e Popotas que compõem o Natal. Fico maluca perante isto tudo e sinto-me como me sentia com dez anos. Nisso não mudei grande coisa.
Adoro todo o processo de preparação do Natal, ainda que montar a árvore me deixe quase todos os ano de mau humor: à primeira vista nunca gosto do resultado. Mas também: as árvores de Natal querem-se é pindéricas e quanto mais azeiteiras melhor. Vá, também não é bem assim que a minha árvore até tem muita classe, mas vocês percebem a ideia. Adoro ajudar a preparar a paparoca e enfardá-la como se não houvesse vida depois de Dezembro. Não gosto muito da dieta pós-Natal, mas pronto: para toda a acção há uma reacção e a das banhas é do piorio. É uma daquelas guerras que leva meses a vencer e posso jurar que já olhei para mim em Junho pensando que se calhar não devia ter comido mais aquela fatia de torta no Natal! Adoro comprar os presentes e adoro receber presentes, mas se me dessem a escolher entre os presentes e o farnel natalício, escolhia o último. Materialista, mas bom garfinho acima de tudo. Muita gente pensa que adoro o Natal porque recebo coisas e essas pessoas estão enganadíssimas: gosto desta quadra porque a considero acolhedora e cheia das coisas boas de que nos devíamos lembrar ao longo do ano. A parte das prendas foi uma coisa que os Reis Magos inventaram e que nos deturpámos à grande. Claro que é bonito ver a base da árvore com alguns embrulhos catitas, claro que é agradável o mistério que rodeia o que estará dentro de cada caixa. Contudo, o melhor de tudo no Natal são as pessoas com quem o vivemos e que partilham connosco as alegrias desta festa tão bonita. Para mim era Natal todos os meses, mas ainda bem que não é senão não tinha tempo de tirar de cima de mim o unto que cada Natal me faz ganhar.
É mesmo isso tudo.
ResponderEliminarTambém adoro o Natal! A minha mãe continua a dizer que eu vibro mais que um miúdo de 5 anos... Eu acho que é mesmo verdade :)