quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Coisas que odeio V

Nunca conseguirei perceber a razão que leva as pessoas a falarem ao telemóvel com os decibéis completamente alterados enquanto viajam nos transportes públicos. Santo Deus! Serei obrigada a saber que o irmão do senhor que viaja ao meu lado ganha mil e quinhentos euros por mês, mas que a cunhada só ganha seiscentos e que, portanto, «ele é um encargo maior para empresa do que ela»?

Ele é a senhora que conta do frango que vai fazer para o almoço da filha que vai nesse dia comer a casa porque teve uma consulta no dótor; ele é a querida que vai berrando pelo telefone as inimizades que tem no local de trabalho, mais o facto de não ser parva e de já cá andar há demasiados anos para que ainda lhe façam o ninho na cabeça; ele é o doce do adolescente que fala do último engate; ela é a jovenzita que berra para outra jovenzita como foi engatada na festa do Sábado anterior, o que vestiu e o sucesso que fez; ela é a senhora que grita para o telefone a necessidade de ver resolvida a sua situação na Segurança Social porque o filho precisa do abono... E por aí fora.

Não compreendo esta necessidade que algumas pessoas têm de incomodar os outros ao imporem aspectos da sua vida particular aos desgraçados que viajam, como eles, nos autocarros, comboios e metros deste mundo. Claro que são livres de o fazer, mas é uma questão de civismo e este, como bem sabemos, não anda de transportes públicos há muito tempo.

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