Hoje passarinhei pela Baixa de Lisboa e deixem-me dizer-vos que a paisagem estava fantástica. Se nos arredores da cidade estava calor e sol, na zona dos Restauradores, Rossio, Terreiro do Paço e Chiado estava um céu cor de chumbo, um ar gelado e muito nevoeiro.
Ontem foi o último dia de compras, mas hoje ainda houve uma troca de presentes para fazer. Desta vez com um antigo colega de faculdade, por mim "praxado" com um bigode à Pierre ou à Hitler (não me recordo) nos idos de 2005. Passou a ser meu "afilhado" e lá teve, por bom comportamento durante o ano, direito a um presente de Natal. A iguaria de hoje foram umas belas panquecas com gelado na Haagen Daazs, o que quase na véspera de Natal abona muito em favor dos meus pneus.
Findo o almoço, descemos a Rua Augusta, assitindo àquilo que já se sabia: a falta de iluminações de Natal e, pior, de enfeites próprios da quadra. Lá se vê um ou outro, mas é tudo muito insignificante numa rua da capital sobejamente conhecida pelo seu comércio. Enfim, a crise não permite luxos como luzes e enfeites (pelo menos no continente, porque pelos vistos na Madeira pode-se tudo...) e temos de nos aguentar. Pode ser que o espírito de Natal saia reforçado com todos estes sacrifícios que a maldita economia nos obriga a fazer.
No cais das colunas nem sequer se via o rio. Ouvia-se o som de um barco que passava, mas barco nem vê-lo! O nevoeiro era tão denso que acreditei que veria a qualquer momento aparecer desgarrado o belo do D. Sebastião, avançando pela Baixa Pombalina fora, montado num cavalo todo catita e a berrar que ainda era o rei aqui do burgo. No fim de contas não apareceu chalado nenhum e creio que mesmo que aparecesse não se veria, tal era o nevoeiro que cobria a cidade.
Enfim, Lisboa estava muito bonita assim encoberta e tenho muita pena de não ter uma foto para vos mostrar. Valia a pena verem um rio que estava lá, algures sob aquele manto branco, sem que dele se desse mais conta do que pelo som de um barco invisível que se aproximava.
Filha,
ResponderEliminarFoi um dia deveras bem passado. Lisboa estava, de facto, garbosa. Quanto ao D. Sebastião... é o que temos! Mas eu acredito que ele esteja só a fazer-se de difícil. Relativamente à Häagen, diga lá que não cobiçou a minha refeição? Almejo outra de igual valor calórico (ou superior), com a piquena da caixa a chamar-me guloso... Para culminar, só mesmo os abracinhos desbragados Rua Garrett fora! Já agora: o bigode que você me pintou em Outubro de 2006 foi à Hitler.
Espero que goste dos seus presentes (nós, os chiques, dizemos presentes. NUNCA prendas). Foram escolhidos com amizade extremosa.
Um santo Natal para si e para os seus. Que a alegria contagiante do Menino alegre o vosso lar, mas sem birras do dito.
Cumprimentos enevoados, mas sempre natalícios,
Filho