quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Lisboa e o nevoeiro

Hoje passarinhei pela Baixa de Lisboa e deixem-me dizer-vos que a paisagem estava fantástica. Se nos arredores da cidade estava calor e sol, na zona dos Restauradores, Rossio, Terreiro do Paço e Chiado estava um céu cor de chumbo, um ar gelado e muito nevoeiro.

Ontem foi o último dia de compras, mas hoje ainda houve uma troca de presentes para fazer. Desta vez com um antigo colega de faculdade, por mim "praxado" com um bigode à Pierre ou à Hitler (não me recordo) nos idos de 2005. Passou a ser meu "afilhado" e lá teve, por bom comportamento durante o ano, direito a um presente de Natal. A iguaria de hoje foram umas belas panquecas com gelado na Haagen Daazs, o que quase na véspera de Natal abona muito em favor dos meus pneus.

Findo o almoço, descemos a Rua Augusta, assitindo àquilo que já se sabia: a falta de iluminações de Natal e, pior, de enfeites próprios da quadra. Lá se vê um ou outro, mas é tudo muito insignificante numa rua da capital sobejamente conhecida pelo seu comércio. Enfim, a crise não permite luxos como luzes e enfeites (pelo menos no continente, porque pelos vistos na Madeira pode-se tudo...) e temos de nos aguentar. Pode ser que o espírito de Natal saia reforçado com todos estes sacrifícios que a maldita economia nos obriga a fazer.

No cais das colunas nem sequer se via o rio. Ouvia-se o som de um barco que passava, mas barco nem vê-lo! O nevoeiro era tão denso que acreditei que veria a qualquer momento aparecer desgarrado o belo do D. Sebastião, avançando pela Baixa Pombalina fora, montado num cavalo todo catita e a berrar que ainda era o rei aqui do burgo. No fim de contas não apareceu chalado nenhum e creio que mesmo que aparecesse não se veria, tal era o nevoeiro que cobria a cidade.

Enfim, Lisboa estava muito bonita assim encoberta e tenho muita pena de não ter uma foto para vos mostrar. Valia a pena verem um rio que estava lá, algures sob aquele manto branco, sem que dele se desse mais conta do que pelo som de um barco invisível que se aproximava.


1 comentário:

  1. Filha,

    Foi um dia deveras bem passado. Lisboa estava, de facto, garbosa. Quanto ao D. Sebastião... é o que temos! Mas eu acredito que ele esteja só a fazer-se de difícil. Relativamente à Häagen, diga lá que não cobiçou a minha refeição? Almejo outra de igual valor calórico (ou superior), com a piquena da caixa a chamar-me guloso... Para culminar, só mesmo os abracinhos desbragados Rua Garrett fora! Já agora: o bigode que você me pintou em Outubro de 2006 foi à Hitler.

    Espero que goste dos seus presentes (nós, os chiques, dizemos presentes. NUNCA prendas). Foram escolhidos com amizade extremosa.

    Um santo Natal para si e para os seus. Que a alegria contagiante do Menino alegre o vosso lar, mas sem birras do dito.

    Cumprimentos enevoados, mas sempre natalícios,
    Filho

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