sábado, 31 de dezembro de 2011

Olá e até breve outra vez!

Pois voltei de Madrid (brevemente farei a crónica do que vi e ouvi, do que pensei e senti, como diria Garrett), mas já ando a passarinhar novamente. Hoje 2011 chega ao fim e por isso é dia de nos divertirmos e desejarmos um 2012 melhor do que foi o ano que termina.

Assim, dou aqui um pulinho para vos desejar uma excelente entrada em 2012, fazendo votos de que seja menos mau do que aquilo que se tem vaticinado. Em Janeiro cá nos encontraremos para mais quixotadas!

Bom ano! Divirtam-se!

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Já volto...

Volto em breve! Portem-se bem.

No meu sapatinho...

Acabou-se o Natal e chegou a altura de partilhar convosco as coisinhas novas que o Pai Natal me trouxe. Bem, melhor será dizer que quem me trouxe estes presentes foi a família, o namorado e os amigos, mas fica bem trazer para o meio da história o gordito de vermelho que compete todos os anos com o Menino Jesus pela entrega das prendas.

Ora, no meu sapatinho encontrei muitos livros. Como é um dos melhores presentes que posso receber, fiquei satisfeitíssima ao desembrulhar estes meninos:




(Agradeço estes ao meu mocinho! Adoro!)


(Cortesia do cunhado. Obrigada!)


(Os dois presentes foram cortesia da mesma amiga. Já tinha namorado a agenda,
mas não tinha comprado.)


(Pulseiras da Stradivarius oferecidas pelo afilhado. Gracias!)


(Presentinho oferecido pela mana. Vai saber muito bem passarinhar por esse Portugal.
Obrigada, mana!)


Recebi mais umas coisinhas, mas de algumas delas, por serem peças únicas (por exemplo uma estatueta e um boneco), não tenho ainda imagens para mostrar. Quando tiver fotos, apresento-vos os outros novos habitantes cá de casa.

Gostei muito de todos os presentes e agradeço a todos os que se lembraram de mim. Muito obrigada! Eu também gosto muito de vocês.

Foi-se o Natal

Ando o ano inteiro à espera do Natal e depois estes dias passam tão depressa! São os dias antes com a preparação da festa, e depois parece que o tempo voa, o jantar de bacalhau termina num instante, a ceia dá, num ápice, lugar à hora de abrir os presentes e daí a estarmos à mesa para o almoço de perú é um pinote. Passa-se a tarde na conversa e a ver uns filmes cheios de espírito natalício e, quando damos conta, é hora de jantar e o dia de Natal está quase no fim.

Mas este foi, deixem-me dizer-vos, um excelente Natal. Foi perfeito! Desde a preparação da paparoca (que foi mais rápida do que costuma ser sem que tenhamos ainda percebido como esse prodígio foi conseguido), até ao jantar e ceia de Natal, passando pelos presentes (o Pai Natal foi amigo, merece um aplauso!) e chegando a todo o dia vinte e cinco que foi, também ele, uma delícia, tudo correu da melhor forma. Foi um Natal muito quentinho, com as pessoas importantes todas reunidas e sabendo que quem não estava aqui em casa comigo estava bem e feliz com a sua família. Comemos, rimos, jogámos às cartas, vimos filmes, tirámos fotografias... Foram dois dias verdadeiramente cheios e saborosos.

Passaram depressa, mas fica o desejo de que para o ano haja outro Natal assim, com todas estas pessoas, com saúde e com alegria. Fica a esperança de que em 2012, ano que se prevê tão complicado, possamos ter um Natal quentinho como este, talvez com menos presentes, mas com o mesmo amor do costume. Acredito que esta excomungada crise nos há-de trazer coisas boas e que uma delas será um Natal mais parecido com aquilo que deve ser e menos com aquilo em que o vínhamos tornando desde há alguns anos.

Espero que todos os que vão seguindo este blogue tenham vivido um Natal muito feliz e que se tenham divertido tanto quando eu. Espero que o Pai Natal tenha sido meiguinho e vos tenha colocado o que queriam no sapatinho. Se isso não aconteceu, fica a certeza de que em 2012 há mais. Vamos lá tentar sobreviver ao ano complicado que se avizinha e chegar ao próximo Natal para o vivermos com a alegria do costume e com as pessoas que nos aquecem o coração.

sábado, 24 de dezembro de 2011

Feliz Natal, minha gente!


O blogue «As Minhas Quixotadas» deseja-vos um feliz Natal!

Espero que estes dias sejam vividos da melhor forma e com toda a alegria que a época evoca. Talvez o Pai Natal não passe nas vossas casas (porque tenciono retê-lo na minha), mas espero que alguém vos oferte qualquer coisita. Se assim não for, consolem-se com a ceia de Natal que é bem boa!

Este é, para mim, o melhor dia do ano. Espero que o seja para todos vocês também. Divirtam-se!

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Coisas preferidas XII


Conhecem os rebuçados «Flocos de Neve»? Se não conhecem chicoteiem-se porque não merecem viver sem punição. Estes rebuçados são o paraíso em forma de docinho! Uma pessoa mete um destes na boca e parece que vai para o céu, de tão bons e docinhos que são. Quando andava no segundo e terceiro ciclos, a escola onde eu andava tinha um método fantástico que fazia com que muitas vezes recebêssemos destes rebuçados. Para comprarmos alguma coisa do bar da escola, tínhamos de ir à papelaria e comprar uma senha. Na altura dizíamos qualquer coisa como «quero uma senha de quarenta escudos» ou, se fôssemos milionários, «quero uma senha de duzentos escudos!» (aí éramos os reis). Depois íamos ao bar e com o plafond da senha previamente adquirida, pedíamos o que queríamos até atingirmos o valor que fora pago. Mas, muitas vezes, havia uns troquinhos que sobravam e com os quais já não conseguíamos comprar mais nenhum bolo, nem mais nenhum sumo. O protocolo do bar mandava, então, dar o restante valor da senha em rebuçados «Flocos de Neve». Lá íamos nós, felizes e airosos, a chocalhar os rebuçados no bolso, à espera do início da aula (achávamos sempre que era o melhor momento para comer um rebuçado) para fazermos o maior chinfrim possível enquanto lhe tirávamos o invólucro.

No outro dia fui a uma loja da Vodafone e tinham lá imensos potes cheios destes bombons. Não resisti e tirei um. O que se seguiu foi uma vaga muito agradável de memórias de infância. Uns dias depois comprei um saco deles e têm sido as minhas sobremesas. Não é fantástico que um simples rebuçado consiga trazer tantas recordações? Imagino o que acontecerá se devorar o pacote todo...

Já volto.

Até o Bambi chorou

Será que o pessoal da Coreia do Norte acredita mesmo nas patarecadas que a propaganda do regime tem inventado para mitificar o líder morto? É que dizer que até a natureza chorou a morte de Kin Jong-Il, que apareceu uma mensagem escrita nuns montes, que o céu se pôs vermelho e outros disparates semelhantes é, das duas uma, ou passar um atestado de burrice à população do país ou tornar risível um acontecimento que, à partida, não deveria provocar gargalhadas. Aliás, as reacções de muitos coreanos à morte do seu líder têm posto o mundo mais a ocidente a rir a bandeiras despregadas: é difícil imaginarmo-nos a ter um comportamento semelhante perante a morte de um nosso líder político. Contudo, é preciso recordar que aquela gente vive sob um regime que espalha propaganda política como quem bebe água. Sabe-se lá, inclusivamente, se a própria choradeira compulsiva que tomou conta daquela gente não faz também parte da própria propaganda...

Um dos bons disparates que ouvi nos últimos dias, dizia respeito ao inigualável talento do senhor Kin Jong-Il para o golfe. Basicamente, e segundo os jornalistas, os talentos que se lhe apregoavam fariam dele um jogador de golfe muitíssimo mais dotado do que o próprio Tiger Woods (atenção aos trocadilhos!). Outra das pérolas que sobre ele se contam é que num curtíssimo período de tempo terá escrito mais de mil e quinhentos livros. Ah leão!

Enfim, vista assim, aquela fraca figura era só qualidades sem defeitos. E ou os norte-coreanos estão muito bem endrominados por aquela palhaçada toda, ou eles próprios gostam de contribuir para o circo. Certo é que «rei morto, rei posto» e ao que parece o filho vai suceder-lhe em breve. Ora, como uma palhaçada nunca vem só, parece que a biografia do sucessor é mantida no maior dos segredos, embora aos poucos vão surgindo informações que começam a fazer dele um novo herói. Uma delas consiste, segundo se diz, em pôr o moço (que tem uns vinte e sete anos) a comemorar o trigésimo aniversário já no próximo ano, para que se dê uma coincidência de datas entre a do seu nascimento e a dos seus antecedentes. Eu se fosse a ele, exigia um bolo de aniversário três vezes maior do que o normal para compensar os três anos de idade que vai envelhecer em poucos meses. Só mesmo com muito bolinho é que a coisa se fazia!

A curiosidade matou a gata


Calculo que ninguém me vá responder ao que aqui vou perguntar, mas há uma curiosidade que me está a matar. Este blogue, como já disse, tem sido visto por pessoas em países muito variados. Ora, estamos na antevéspera do Natal, e a minha curiosidade vai para o modo como se vive o Natal nesses lugares distantes. Por aqui já só cheira a óleo e a filhoses. Neste momento, com elas ainda quentinhas, gabo-me de já ter devorado duas (sou um ogre!) e estou agarrada a uma caneca de chá verde para ajudar a coisa a descer.

Julgo que parte das pessoas que lêem o «As Minhas Quixotadas» sejam portugueses fora de Portugal ou então pessoas que vivem em países lusófonos e que, portanto, percebem perfeitamente o Português. Mas o que gostava mesmo de saber é: como vivem estes dias que antecedem o Natal? Que iguarias preparam para a noite mais quentinha do ano? Como passam essa noite? Quem convidam? Que tal as iluminações de Natal nas vossas cidades? Sei, por exemplo, que o Natal no Brasil envolve paparocas que o nosso, infelizmente, não inclui (como por exemplo o churrasco, que eu adooooooro!). Ora, se quiserem manifestar-se, façam-no antes que a curiosidade me consuma! Podem deixar comentários anónimos, mas não se esqueçam de indicar o país a que se referem.

E se ninguém me quiser matar a curiosidade, deixem lá. Glutona como sou, em imaginação provo iguarias de tudo quanto é sítio. E ganho quilos de várias nações!

Notinha: A foto é das iluminações de Natal em Stralsund, na Alemanha, e foi retirada da página Sapo.pt.

Não é uma pena?

Não é uma pena que se tenha perdido o hábito de enviar pelos correios um postal de Natal ou uma carta a desejar «Boas Festas»? Aos poucos a escrita em papel vai perdendo terreno, na mesma proporção em que aumenta a escrita de SMS's, de emails ou em redes sociais. É pena que isso aconteça, porque não há email que substitua a recepção de uma carta. Todos sabemos que «à moda antiga» a comunicação precisava de mais tempo para se fazer, mas era também mais cuidada. Hoje vamos perdendo esse gesto tão bonito de procurar um postal para enviar, de pensar no que iríamos escrever... Enfim, hoje o mesmo email serve para todos os contactos da nossa lista e isso acaba por retirar parte da graça que as cartas e os postais tinham, já que normalmente o que escrevíamos num não se repetia no outro.

Contudo, a UNICEF continua a vender os seus já famosos postais de Natal nos centros comerciais e o dinheiro que neles se gasta serve para ajudar uma boa causa. Aí está uma forma de ressuscitarmos a comunicação escrita na sua vertente tradicional, ao mesmo tempo que ajudamos quem precisa.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Free hugs


Por causa do comentário deixado à minha última quixotada, lembrei-me de que hoje andavam imensos meninos e meninas pela Rua Garrett abaixo, carregando cartazes em que publicitavam a sua oferta de abraços gratuitos. Tentei fugir às tenazes cheias de amor daqueles adolescentes, mas a dada altura não consegui evitar ser abraçada por uma mocinha aí dos seus dezassete anitos. E pronto, eis como uma simples ida ao Chiado se transforma num banhinho de amor por parte de uns adolescentes que nunca vi mais gordos. Diz que é uma campanha que tem havido noutros países e que acabou por chegar cá. Bem, já vi pior, devo admitir. Um abraço nem é assim muito mau: há por aí gente a oferecer coisas piores por tuta e meia. Ainda assim, depois de dado o abraço, verifiquei se ainda tinha a carteira. Da maneira como anda o mundo, sabe-se lá...

Nota da desconfiada autora: Minha gente, se toparem com estes meninos e meninas pela rua, abracem e sejam abraçados. É gratuito e tem a sua piada. Aproveitem enquanto o Governo não se lembra de inventar um imposto extraordinário sobre os abraços.

Lisboa e o nevoeiro

Hoje passarinhei pela Baixa de Lisboa e deixem-me dizer-vos que a paisagem estava fantástica. Se nos arredores da cidade estava calor e sol, na zona dos Restauradores, Rossio, Terreiro do Paço e Chiado estava um céu cor de chumbo, um ar gelado e muito nevoeiro.

Ontem foi o último dia de compras, mas hoje ainda houve uma troca de presentes para fazer. Desta vez com um antigo colega de faculdade, por mim "praxado" com um bigode à Pierre ou à Hitler (não me recordo) nos idos de 2005. Passou a ser meu "afilhado" e lá teve, por bom comportamento durante o ano, direito a um presente de Natal. A iguaria de hoje foram umas belas panquecas com gelado na Haagen Daazs, o que quase na véspera de Natal abona muito em favor dos meus pneus.

Findo o almoço, descemos a Rua Augusta, assitindo àquilo que já se sabia: a falta de iluminações de Natal e, pior, de enfeites próprios da quadra. Lá se vê um ou outro, mas é tudo muito insignificante numa rua da capital sobejamente conhecida pelo seu comércio. Enfim, a crise não permite luxos como luzes e enfeites (pelo menos no continente, porque pelos vistos na Madeira pode-se tudo...) e temos de nos aguentar. Pode ser que o espírito de Natal saia reforçado com todos estes sacrifícios que a maldita economia nos obriga a fazer.

No cais das colunas nem sequer se via o rio. Ouvia-se o som de um barco que passava, mas barco nem vê-lo! O nevoeiro era tão denso que acreditei que veria a qualquer momento aparecer desgarrado o belo do D. Sebastião, avançando pela Baixa Pombalina fora, montado num cavalo todo catita e a berrar que ainda era o rei aqui do burgo. No fim de contas não apareceu chalado nenhum e creio que mesmo que aparecesse não se veria, tal era o nevoeiro que cobria a cidade.

Enfim, Lisboa estava muito bonita assim encoberta e tenho muita pena de não ter uma foto para vos mostrar. Valia a pena verem um rio que estava lá, algures sob aquele manto branco, sem que dele se desse mais conta do que pelo som de um barco invisível que se aproximava.


Maratona culinária

A partir de amanhã inicia-se cá em casa a maratona culinária de Natal. O programa de festas é igual todos anos: na antevéspera de Natal fazem-se as filhoses, que são trabalhosas o suficiente para precisarem de um dia só para elas. Este ano, tal como no ano passado, teremos filhoses nortenhas («filhoses de joelho») e filhoses ribatejanas (bleargh!). Na véspera de Natal faz-se o restante, que não é pouco, diga-se. Desde os sonhos de abóbora, passando pelos belos dos pastéis de bacalhau (pouco natalícios, eu sei, mas muito portuguesinhos, graças a Deus!), até ao maravilhoso salame de chocolate e às rabanadas: é um dia inteiro na cozinha. Admito que chego ao jantar de Natal estourada, mas satisfeitíssima perante a obra feita. Aliás, a véspera de Natal na cozinha a ajudar a mãe já faz parte da tradição cá de casa e é uma daquelas que não troco por nada! Ainda assim, gostava de ter um ou dois duendes a prestarem auxílio gratuitamente...

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Um par estranho

Hoje constatei que na Fnac, quem comprasse o livro A Biblioteca Privada de Hitler recebia como oferta o livro de Charles Dickens intitulado Contos de Natal. Não consigo imaginar parelha mais estranha: as escolhas literárias do mais famoso ditador do século XX e os doces, porém didácticos, contos de Natal do senhor Dickens.


Sensibilidade adolescente em... adultos


Fazem ideia da celeuma que este livro hoje gerou entre uns jovens adultos na FNAC do Colombo? Uns seis ou sete meninos e meninas, ao verem este título, ficaram num estado de histeria muito semelhante ao que os meus alunos de quinze anos experimentaram quando leram a cena do Sapateiro no Auto da Barca do Inferno. Aparentemente não conseguiam passar por este livro sem rirem com os decibeis a rebentar a escala e sem berrarem todos os comentários supostamente cómicos que emergiam nos seus sensíveis cérebros pouco adultos. Cheguei a acreditar que o livro tinha alguma espécie de magnetismo que os impedia de sairem de ao pé dele, tamanha era a peregrinação ao local onde ele se encontrava. Mas enfim, depois de muito rirem e de muito se mostrarem incrédulos com o título, lá seguiram o seu caminho sem o comprarem, como um deles sugerira, «para uma das tias velhotas que vai lá a casa passar o Natal».

Memória de um dia de compras...


Hoje fiz as últimas compras antes do Natal. Os centros comerciais começam a estar demasiado cheios para o meu gosto, por isso tentei despachar a maior parte dos presentes antes desta última semana. Contudo, todos sabemos que há sempre uma ou outra prenda que custa mais a escolher e, portanto, lá sobra qualquer coisa para estes dias. Assim, lá fui eu tentar sobreviver à multidão e despachar o assunto. Só que para além dos presentes para os familiares, também trouxe do Colombo o que vêem na foto e isso é aqui para a menina...

O livro, O Bibliófilo Aprendiz, parece-me delicioso. Foi escrito pelo brasileiro Rubens Borba de Moraes (1899-1986) que foi um famoso bibliotecário e um amador de livros raros. Este volume fala precisamente disso: do gosto pelos livros, principalmente pelos que são difíceis de obter. Dá aos «bibliófilos aprendizes» dicas sobre a aquisição e a manutenção de livros raros, entre outros aspectos interessantes.

Trouxe, também, um coffret com o perfume «Beauty» da Calvin Klein e um leite corporal. Não é o meu perfume preferido (esse, pelos vistos, sumiu das prateleiras), mas é o meu segundo perfume favorito, o que também é bom. E ao falar desta compra sinto-me na obrigação de exaltar a simpatia e o bom atendimento prestado pelas meninas da perfumaria Sephora do Colombo, numa época em que é tão fácil ser antipático e pouco atencioso para com o cliente. Se somos tão bons a criticar o que está mal, devemos ser igualmente expeditos em dar a conhecer aqueles que fazem bem o seu trabalho. Seria muito bom que todas as perfumarias daquele centro comercial tivessem funcionárias atenciosas como as que hoje estavam na Sephora.

De lá trouxe também a minha base favorita: a «Double Wear», da Estée Lauder. É maravilhosa e dura que se farta, tanto no rosto quanto no frasco. E Deus sabe que eu preciso desta base para esconder certas desgraças que acontecem nesta cara, especialmente depois da boa da varicela, que foi como um martelo pneumático a abrir buracos na pele...

No fim das compras lá estava a amiga das «massadas» e dos gelados em tamanho XL (os gelados, não a amiga) para um belo e calórico almocinho. Soube tão bem que fiquei a ronronar até às seis da tarde! Procedemos, depois, à devida troca de presentes (o chamado «toma lá, dá cá» das vésperas de Natal). Passarinhámos por mais umas lojas (enquanto ela puxava por uma pasta cheia de livros e eu por um saco pesado que chegava ao chão). Despedimo-nos, vim para casa, e recheei com mais uns embrulhos a base da minha árvore de Natal, que está cada vez mais catita.

E pronto, foi assim o meu último dia de compras de Natal.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Livros de cabeceira II

Terminado que está o David Copperfield (assumo, contudo, que ainda não me recompus da leitura de um livro tão fantástico), tenho aproveitado para ler as revistas que tenho para aqui. Contudo, a literatura faz-me muita falta e ontem li um conto de Henry James («A Lenda de umas Roupas») que me deixou bastante arrepiada antes de ir dormir. Fica o conselho para quem for sensível como eu: não se deve ler contos de terror antes de adormecer.

Hoje inicio a leitura de O Velho que Lia Romances de Amor, escrito por Luís Sepúlveda. Nunca li nada deste autor, mas de todos os seus títulos, este sempre foi o que mais me deixou com a pulga atrás da orelha, precisamente por envolver alguém que lê. Adoro histórias com leitores (como o D. Quixote de la Mancha ou a Madame Bovary, por exemplo) e uma vez que terminei um clássico em que aparecia um "narrador escritor", passo agora para um livro com uma "personagem leitora". Parece-me uma boa troca! Contudo, abandonarei durante uns dias o papel para me entregar à leitura no Kindle (para breve estará um «Coisas preferidas» sobre o meu leitor de ebooks).


Listinha para o Natal X

Se eu tivesse uma notinha de dez euritos por cada mazela que tive este ano (desde a famosa otite, passando pela peculiar e violenta varicela, até chegar aos mais recentes fanicos), poderia adquirir sem qualquer desconto um frasquinho grande deste perfume da Mont Blanc. É o melhor perfume do mundo e o meu preferido de sempre!

Porém, como ninguém está disposto a dar dez euros por cada um dos meus chiliques, deixo o apelo: Pai Natal, se quiseres pôr este perfume no meu sapatinho, ficarei muito satisfeita e certamente muito cheirosinha.


Ora bolas

Diz que estão abertas as inscrições para os castings dos Morangos com Açúcar, mas que só podem tentar a sorte os meninos e meninas que tenham até vinte e cinco anos. Bolas, lá se vai o meu sonho de vir a ser uma moranguita. Parece que sou demasiado velha para essas coisas.

(Graças a Deus!)

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Coisas preferidas XI


O Natal! Ah, o Natal! É, sem dúvida, a festa que me deixa mais à beira da loucura. Gosto de tudo aquilo que o compõe: desde as primeiras iluminações nas ruas e centros comerciais até aos filmes fofinhos que passam na televisão. Adoro tudo! E mesmo aquilo de que gosto um pouco menos é importante nem que seja para dar ambiente à coisa. Por exemplo: embora adore o Natal, não deve haver um único doce natalício de que eu goste. Rabanadas nem pensar, azevias também não, sonhos de abóbora não entram nem à martelada, coscorões não como nem morta e no que respeita às filhoses, só tolero as nortenhas «filhoses de joelho» se forem sem açúcar porque para mim são boas enquanto salgados e não como doces. Mariquices. Todavia, cá em casa mantém-se algumas dessas iguarias tradicionais porque há quem goste delas (a minha mãe tinha um colapso se não pudesse ter as suas «filhoses de joelho») e inventaram-se tradições novas. Por aqui comem-se outras coisas boas e garanto que a minha aversão a doces natalícios não me leva a engordar menos no Natal.

Adoro o cheiro do Natal, feito daquele friozinho que nos gela o nariz ao mesmo tempo que parece vir cheio do fumo das castanhas assadas que nesta altura se vão vendendo. Adoro os sons do Natal: as músicas que se repetem anos a fio, mas sem as quais parece faltar qualquer coisa porque o Natal sempre foi assim e não queremos que mude. Adoro as cores de que é feita esta festa. Os vermelhos, os verdes, os dourados, os prateados e todas as pirosices afins que se toleram no Natal e em mais momento nenhum (se bem que árvores de Natal há durante o ano inteiro e algumas têm duas pernas...). Adoro os anjinhos, bolinhas, fitinhas, lacinhos, duendes, Pais Natal, renas, trenós, embrulhos, sininhos, luzinhas, presépios e Popotas que compõem o Natal. Fico maluca perante isto tudo e sinto-me como me sentia com dez anos. Nisso não mudei grande coisa.

Adoro todo o processo de preparação do Natal, ainda que montar a árvore me deixe quase todos os ano de mau humor: à primeira vista nunca gosto do resultado. Mas também: as árvores de Natal querem-se é pindéricas e quanto mais azeiteiras melhor. Vá, também não é bem assim que a minha árvore até tem muita classe, mas vocês percebem a ideia. Adoro ajudar a preparar a paparoca e enfardá-la como se não houvesse vida depois de Dezembro. Não gosto muito da dieta pós-Natal, mas pronto: para toda a acção há uma reacção e a das banhas é do piorio. É uma daquelas guerras que leva meses a vencer e posso jurar que já olhei para mim em Junho pensando que se calhar não devia ter comido mais aquela fatia de torta no Natal! Adoro comprar os presentes e adoro receber presentes, mas se me dessem a escolher entre os presentes e o farnel natalício, escolhia o último. Materialista, mas bom garfinho acima de tudo. Muita gente pensa que adoro o Natal porque recebo coisas e essas pessoas estão enganadíssimas: gosto desta quadra porque a considero acolhedora e cheia das coisas boas de que nos devíamos lembrar ao longo do ano. A parte das prendas foi uma coisa que os Reis Magos inventaram e que nos deturpámos à grande. Claro que é bonito ver a base da árvore com alguns embrulhos catitas, claro que é agradável o mistério que rodeia o que estará dentro de cada caixa. Contudo, o melhor de tudo no Natal são as pessoas com quem o vivemos e que partilham connosco as alegrias desta festa tão bonita. Para mim era Natal todos os meses, mas ainda bem que não é senão não tinha tempo de tirar de cima de mim o unto que cada Natal me faz ganhar.

Mais uma palhaçada

Ouvi há pouco que o "Violador de Telheiras" verá a pena de vinte e cinco anos de prisão reduzida porque "não foram cometidos crimes de sangue". Há aqui várias coisas que não percebo:

1. Violar ou abusar sexualmente de mais de sessenta raparigas não é suficiente para o fechar bem fechado e mandar a chave fora?

2. Por que é que quando são cometidos "crimes de sangue", as penas também nunca são pesadas? Não tem lógica a deste tipo ser reduzida porque não matou ninguém quando quem mata também não é condenado a muito tempo de prisão.

3. Já perguntaram às vítimas se elas também acham que o que ele fez não foi tão mau quanto seria um "crime de sangue"? Acho que elas teriam muito para dizer sobre isso e, como primeiras visadas, valia a pena ouvi-las.

E é assim que temos mais uma amostra da palhaçada que é a Justiça neste jardim em que vivemos.

Adenda

O nosso Primeiro Ministro não se limitou a aconselhar os professores a emigrar. No fundo o que ele disse foi que os professores que não querem mudar de profissão podem sempre ir procurar trabalho onde são precisos: noutros países.

Pois, senhor Primeiro Ministro, eu até podia abrir uma mercearia e vender tangerinas ou então montar uma cafetaria, mas todos sabemos como tais negócios são destruídos neste país, não é? Quando não é a ASAE a cair em cima dos comerciantes, é o I.V.A. na restauração a subir para uns meros 23%, uma percentagem muito maior do o cobrado pelos nossos vizinhos espanhóis, por exemplo. Pergunto, portanto, para que profissão poderia eu mudar. Há uns tempos mandei imensos currículos para vários sítios e não obtive uma única resposta. Presumo que o facto de ter estudos superiores demova muitas empresas de me querer como funcionária, ainda que eu possa e saiba fazer tudo aquilo que uma pessoa com o 12.º ano faz.

Mudar de profissão não é fácil, senhor Primeiro Ministro. Se olhasse para o mundo real e não para uma efabulação catita, sabê-lo-ia. E, a propósito, o seu ministro Miguel Relvas é um pouco ofensivo ao chamar «conservadores» aos professores que não perceberam a mensagem que o senhor nos quis passar. O facto de eu ter estudado tanto cá, de ter investido numa Licenciatura e num Mestrado em Portugal para vir a ser professora de Português no meu país, segundo os Programas de cá e seguindo as metodologias por aqui utilizadas dá-me legitimidade para me sentir ofendida ao ver que as mais altas instâncias não me dão qualquer valor e até me querem ver pelas costas. Isso não é ser conservadora, como o referido ministro disse. Mais: ofende-me saber que se acolhe de braços abertos e com um subsidiozito tanta gente que nem sequer quer trabalhar, mas que se empurram para longe os cérebros e as pessoas que querem ajudar o país com o seu trabalho e esforço. Mas isto, senhor Primeiro Ministro, só mostra bem o lixo em que Portugal está tornado: em nome de uma economia que nunca sairá da cepa torta, mandamos para longe os cérebros e acolhemos os que nada querem fazer. Aliás, nem sei por que me espanto desta forma. Nunca os professores foram apreciados neste país. O que agora foi dito só mostra a eterna e profunda vontade de os ver pelas costas.

Férias de Natal

Adoro as férias de Natal! Adoro saber que tenho quinze dias sem pensar em escola, planos de aula, sumários e coisas afins. E adoro ainda mais o facto de estes dias serem passados na preparação da minha festa preferida: o Natal. Portanto, os próximos dias serão passados nas compras dos últimos presentes (baratinhos, claro, que a vida não está para extravagâncias) e na entrega de alguns. Mais lá para o fim da semana participarei na confecção das coisinhas boas que se paparão cá por casa no Natal.

Prevê-se, assim, uma bela primeira semana de férias. Só gostava que esta tosse passasse, que não me apetece ter um ataque em cima do bacalhau e do bolo rei. Não seria bonito, minha gente. Nada bonito.

David Copperfield

Acabei, finalmente, o David Copperfield e posso dizer-vos que é um clássico verdadeiramente extraordinário. Foi uma leitura bem saboreada que no fim se transformou na memória de uma narrativa extremamente bem construída, sempre marcada por um humor carregado de ironia (ou não fosse o Charles Dickens britânico), na qual encontramos críticas a aspectos da sociedade (como o sistema judicial, o sistema educativo, o papel da mulher no casamento, entre outros) que ainda hoje são, como já disse, muito pertinentes. A personagem principal é muitíssimo interessante e ainda bem que assim é, porque todo o livro consiste num olhar retrospectivo que o próprio David Copperfield lança sobre a sua vida. Conta-nos tudo na primeira pessoa: desde o seu nascimento até ao momento da vida em que se encontra no que hoje chamaríamos de "meia-idade". Conhecemos as muitas personagens que constituem os seus conhecimentos, umas mais decisivas do que outras, umas mais positivas que outras, mas quase todas elas interessantes e inesquecíveis. Assistimos ao início da vida do protagonista com um nó na garganta ao mesmo tempo que sorrimos diante da sua capacidade para se abstrair das desgraças que lhe vão sucedendo. Aplaudi especialmente o momento em que, ainda criança, se refugia na leitura dos clássicos para escapar à tirania de quem o maltrata. Noutra ocasião, estas leituras serão uma valiosa moeda de troca que o transformam numa figura única no meio de tantas.

Termino esta leitura com aquela mistura sempre agradável de pena por concluir um grande livro, mas de satisfação por ter conhecido mais uma história brilhante. Aconselho a todos a leitura deste clássico, recentemente reeditado pela Relógio D'Água. Aliás, considerem-no como um excelente pedido a fazer ao Pai Natal. Pela minha parte posso garantir que entrou para o meu TOP 5!


domingo, 18 de dezembro de 2011

Por que vale a pena ler os clássicos? II

Porque aquilo que neles encontramos é intemporal, como o excerto que se segue:

«Ah! Júlia, se a sociedade não se compõe para si senão de cavalheiros e damas assim fúteis, se o princípio no qual ela se baseia é, primeiro que tudo, uma indiferença confessada por tudo quanto pode fazer avançar ou retardar o progresso da humanidade, teríamos feito muito melhor em nos perdermos no deserto do Saara; pelo menos poderíamos encontrar meio de sair de lá.»

                                      in David Copperfield, de Charles Dickens

O livro é de outro século, mas ainda hoje há muitas pessoas que preferem rodear-se de uma pequena sociedade composta por gente fútil e orgulhosamente ignorante que despreza uma série de conhecimentos e de vivências realmente importantes. Enfim, faço minhas as palavras do próprio David Copperfield: era perderem-se no Saara.


Roda-se a baiana

Então o nosso caríssimo Primeiro Ministro aconselhou os professores sem emprego a emigrarem? Tão querido... Tão preocupado que ele está com a nossa situação. Até perde horas de sono (é preciso não dormir há vários dias para se parir uma ideia destas) a pensar na melhor forma de ajudar os desgraçados que neste país têm a triste ideia de abraçar o ensino. Mas obrigada, caro Primeiro Ministro, pela preocupação. Vejo que foi sentida. Foi conselho de pai. De pai rígido, veja-se, porque assentar um chuto no cu de quem pagou anos e anos de propinas às faculdades portuguesas é coisa de homem de barba rija. Aconselhar os parvalhões que fizeram sacrifícios que não lembravam a ninguém (como eu fiz e como muitas colegas fizeram), tais como obrigar recém licenciados a fazer novas cadeiras que já não contariam para a média do curso nem para rigorosamente nada, simplesmente para poderem entrar num Mestrado de formação de professores que tinha de ser bidisciplinar (sim, para ser professora de Português fui OBRIGADA a ser professora de Latim, ainda que essa disciplina quase já não exista nas escolas portuguesas). Isto porque ninguém se lembrou da necessidade de fazer essas cadeiras quando ainda estávamos efectivamente a fazer a Licenciatura. Só depois, claro. Agora este senhor, que obviamente não foi o responsável pelas palhaçadas vividas nos Mestrados em Ensino porque nem sequer estava no Governo, assenta-nos um real pontapé na cloaca e manda-nos ir dar aulas para Angola ou para o Brasil, ou para quem nos aceite, já que em Portugal somos uns zeros. Muito bem, gosto muito. Acho querido da parte dele.

Mas já agora deixo uma pergunta ao senhor Primeiro Ministro. Por acaso não quer devolver-nos o dinheiro investido nos estudos superiores neste jardim à beira-mar plantado? É que um valor aproximado de quinhentos euros de propinas nos primeiros dois anos de curso, de oitocentos nos dois últimos e de mil por cada ano de Mestrado, fora os livros (coisa para quinhentos euritos por ano), as fotocópias (aí nos trezentos euros por ano), as cópias da dissertação e o dinheiro pago para a sua entrega, a alimentação e os transportes já dá para a viagem para o Brasil e para umas feriazitas antes de começar alegremente a leccionar Machado de Assis do outro lado do Atlântico.

Por que vale a pena ler os clássicos?

Porque lemos coisas destas:

«Eu tinha compreendido que, bastantes vezes, as coisas que não nos sucedem têm sobre nós tanto efeito, na realidade, como as que nos sucedem.»

                                          in David Copperfield, de Charles Dickens

sábado, 17 de dezembro de 2011

Um texto cheio de baba

Hoje vou passar o dia a babar-me em frente à parede. A razão? O novo quadro que lá está pendurado. Nada mais singelo do que um cartaz trazido da Cinemateca pela minha irmã há uns anos (obrigada, mana!) e pendurado pelo meu pai (obrigada, pai!). Finalmente este cartaz passou a ser mais do que um rolo preso com elásticos, estando já devidamente emoldurado e colocado num local para o qual sou obrigada a olhar todos os dias. A partir de hoje, acordar terá um pano de fundo diferente.


Notinha: Hoje sim temos uma verdadeira quixotada!

O meu sapatinho


Apresento-vos o meu sapatinho! Tenho para mim que é pequeno e que devia haver em vários tamanhos, conforme as expectativas do proprietário. Ora, tendo em conta que a minha lista inclui livros com mais de quinhentas páginas, estou com algum receio de que isto não chegue...

Outra vez


Hoje morreu mais um ourives. Estava na sua loja a ganhar o seu sustento quando uns ladrões apareceram e o balearam para poderem proceder ao roubo. E, portanto, mais uma família perde um ente querido, mais um homem perde a vida e eu pergunto-me: ainda que os assaltantes sejam apanhados e condenados, pagará isso a vida de uma pessoa que não cometeu mais nenhum erro do que o de querer trabalhar e ganhar a vida?

Tenho muita pena daquela família que passará um Natal inesquecível pelas piores razões. E tenho mesmo muita pena de saber que não terá sido a última morte parva às mãos de ladrões. 

Sapatinho cheio

Estão a ver os dois livrinhos que pedinchei no texto «Listinha para o Natal III»? Não procurem mais, porque um já me foi oferecido e o segundo parece que já está no meu sapatinho.

Muito agradecida!

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Ainda há esperança

Até agora gosto da revisão da estrutura curricular proposta pelo Ministro da Educação, Nuno Crato. Sejamos honestos: para que serviam as disciplinas de Estudo Acompanhado e de Formação Cívica? E que lógica tem a carga horária tão exagerada no 12.º ano? E já agora, qual o benefício de um aluno iniciar o estudo do Francês no 5.º ano e só começar a ter Inglês, a língua com que mais nos entendemos mundialmente, alguns anos mais tarde? E por que razão haviam a História e a Geografia de ser disciplinas perdidas no meio do currículo, com uma carga horária menor do que o necessário? Falo pela experiência que tive no ano passado ao leccionar a epopeia Os Lusíadas, a peça Felizmente Há Luar! e o romance Memorial do Convento: a grande maioria dos alunos tem um profundo desconhecimento da História de Portugal, e não estão melhor no que respeita à História Mundial. Não têm noção de quando se deu este ou aquele acontecimento, não sabem estabelecer balizas temporais para uma realidade como a que foi a do Estado Novo e só têm uma vaga ideia do que durante esses tempos sucedeu. Quando lhes falei sobre a PIDE, sobre a falta de liberdade, sobre a censura às artes e à imprensa, sobre as prisões políticas, ficaram a olhar para mim de boca aberta como se aquilo fosse totalmente novo para eles. Na altura perguntei-lhes se não tinham História e disseram-me que já não tinham desde o 9.º ano porque «não eram da área de Humanidades». Não sei que raio de currículo era aquele, mas fez-me impressão verificar que conhecimentos fundamentais como os que rodeiam a nossa época áurea de expansão ultramarina ou os que se prendem com um tempo cujas consequências ainda hoje sentimos na pele, como foi o do Estado Novo, pura e simplesmente não existem. E pior: não percebem a importância de conhecer o nosso passado porque no seu entender a História é «chata» e em nada interessa. Enganam-se: se olhássemos mais para o que fomos, teríamos uma ideia muito mais clara do que somos e do que ainda viremos a ser.

Um pedido

Tenho um pedido de ordem prática a fazer. Como tenho feito uma lista de presentes para o Natal aqui no blogue, corro o risco de receber coisas em duplicado. Por isso, peço aos que vêm aqui para saber o que me hão-de oferecer, que incluam no presente o respectivo talão para troca. Não me levem a mal pelo pedido, mas creio que é compreensível.

Lições para toda a vida

Hoje estive nas reuniões de avaliação de final do período e admito que saí de lá com uma série de ensinamentos novos que espero guardar para a vida. Coisa estranha, não é? Uma professora vai à escola para dar notas e sai ela própria com mais conhecimentos no saco...

Hoje houve uma tremenda confusão com uma daquelas turmas financiadas pelo Estado e que estão cheias de gente que se interessa tanto pela escola quanto eu pela aquacultura dos bivalves. Foi combinada uma festinha de Natal durante uma das aulas e os alunos levaram comida e bebida. O problema é que, ao que parece, algumas alunas não se limitaram a beber refrigerantes e, antes da festa, beberam umas vodkas. Resultado? Meninas incapazes de se manterem direitas que só sabem gritar e fazer figura de parvas. Por ser um perigo, foram avisados os pais das meninas e a polícia, já que uma das meninas não aceitou bem o facto de à mãe ter sido dito por telefone que a filha estava bêbeda. Como não tolerou esta «calúnia», resolveu gritar, insultar a Directora de Turma, ameaçá-la e desejar a morte de todos os professores (inclusivamente a minha, que nem sou professora dela, graças a Deus!), entre outras preciosidades. Chegadas a avó e a mãe, assisto à defesa da menina por parte das duas senhoras. Ou seja: o erro foi unicamente da professora que não soube lidar com a situação e que devia ter acreditado na menina quando ela disse que não estava bêbeda (ainda que tresandasse a álcool por todos os poros). Lamento tanto que a polícia não possa fazer testes a estes meninos: seria um espectáculo ver as senhoras desmentirem o famoso «teste do balão». Mais: as responsáveis por aquele anjo estavam indignadíssimas por ter sido chamada a polícia, medida que consideraram exagerada porque, como elas afirmavam, «A gente somos todos civilizados!». Custa-me a crer que o sejam, depois de ver a criatura quase a bater na Directora de Turma e de a ouvir insultar todo o corpo docente da escola.

E que ensinamentos trago eu, afinal, de tudo isto? Bom, o primeiro é o de que tenho razão quando defendo que a escola não deve ser um circo: não faço lanchinhos, nem festinhas de lição cem, nem nada que se pareça, precisamente para não dar espaço a estes abusos. Chamem-me tirana que eu quero lá saber: quando se vê que os meninos não se sabem comportar, corta-se o mal pela raiz e eliminam-se as oportunidades de transformar a escola num circo. Por outro lado, aprendi que defender os filhos ou os netos tem de ter um limite. Quando a minha defesa chega ao ponto de me fazer fechar os olhos a todos os erros do meu descendente, importa parar e repensar a estratégia. Os pais ou avós que defendem os filhos até à exaustão, mesmo quando eles beberam vodkas antes da festa de Natal, não estão realmente a fazer bem aos seus educandos. Estão a motivá-los a persistir no mau comportamento, a dar-lhes luz verde para continuarem a serem uns idiotas sem rumo e sem futuro. No ano passado assisti, por acaso, a uma reunião daquela avó com a Directora de Turma da menina e ouvi a professora dar a conhecer o facto de a aluna ir para sítios pouco recomendados fazer coisas muito duvidosas com más companhias. Adivinham qual foi a resposta da avó? Nunca mais me esqueci de ouvir a senhora dizer qualquer coisa como «Eu não lhe admito que diga que a minha neta anda em más companhias e o que ela faz aqui ou além é lá com ela!». E pronto. Que pode um professor responder a isto? A preocupação tem limites e o esforço pelo bem-estar de um aluno também só chega até ao ponto em que os próprios familiares defendem o mau comportamento (já para não dizer que o premeiam).

Cada vez me convenço mais de que os professores têm de começar a demitir-se de certas funções. Somos, além de professores, educadores, mas no momento em que percebemos que esta segunda missão é considerada indesejável pelos pais e avós, talvez seja melhor tornarmo-nos maus, péssimos docentes e limitarmo-nos a ir à escola, despejar matéria, corrigir os testes e seguir para a frente. Eu agradeceria a um professor o facto de estar atento aos disparates do meu filho, mas pelos vistos há muita gente que prefere pensar que tem um Menino Jesus com piercings em casa.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Cosita nueva


Hoje comprei este! Há mais de um ano que andava a namorá-lo, mas só há pouco tempo soube desta tradução. Digamos que o meu inglês não era suficiente para o ler no original... Bom, problema resolvido!

Camões, "hades" vir cá ver isto

«Vocês depois hadem de me dar razão!».

Não, não pirei de vez, mas hoje disseram-me isto a mim e a mais umas pessoas. Tremi. Tremi mesmo, não pelo conteúdo da frase (que não me assustou), mas pelo mau uso da língua de Camões. Será que custa assim tanto saber falar a nossa língua materna? Conseguir dominar a sintaxe do Português e ser dono de um vocabulário que permita não se passar por embaraços é o mínimo que podemos fazer. Mexe-me com os nervos esta mania que muitos vão tendo de que saber falar a língua materna não é assim tão importante, de que é normal não se saber o significado de palavras vulgaríssimas e que muito menos importa conhecer a sua ortografia. Quando eu estava na faculdade a estudar língua e literatura portuguesas, ouvia cada coisa! As mais comuns eram «Mas para quê? Português toda a gente sabe falar!», «Isso serve-te para quê? Para nada, não é?». Eu ou comia o comentário ou de duas acontecia uma: calava ou atirava uma resposta com o maior tom de desprezo que conseguia.

A falta de interesse que muitos exibem por uma coisa tão importante como a nossa língua (que, caso esses génios não tenham notado, é coisa que usamos todos os dias) serve bem como indicador de que isto não pode andar bem. Não estou a falar de um tipo de casacos que só vestimos no Inverno, nem de uma qualidade de chocolate que só se come numa certa altura do ano: falo de uma ferramenta que utilizamos desde bem pequeninos e que só pousaremos no dia em que "levarmos o óbulo ao barqueiro". A língua não é um luxo de ricos: é uma necessidade de todos. Eugénio de Andrade disse num poema maravilhoso sobre as palavras que elas podiam ser cristal ou punhal. O que o poeta talvez tenha omitido é o facto de, provavelmente, algumas palavras terem uma enorme vontade de apanhar punhais a jeito para cortarem os pulsos, devido aos disparates que fazem com elas.

Quando se dizem asneiras como a que citei logo no início do texto, fico louca. Contudo, fico ainda mais irritada quando vejo que ninguém se importa de ouvir isto vezes e vezes sem conta ou quando os «maus falantes», mesmo depois de avisados do erro, continuam a proferi-lo diariamente. Ficamos todos muito revoltados quando um jogador da Selecção Nacional não sabe a letra do Hino Nacional, mas poucos são os que reclamam pelo mau uso da língua a que assistimos diariamente (não apenas na rua, mas também na televisão que é, diga-se, uma fértil árvore dos disparates).

Enfim... É porque ninguém sonha onde param os ossos do Camões, senão era vê-los às piruetas no túmulo com tanta ignorância e tanto orgulho nela!

Nota esclarecedora da autora: Obviamente não me refiro aqui a pessoas que não tiveram qualquer oportunidade de ir à escola ou a pessoas de muita idade que tiveram uma escolaridade diminuta. Refiro-me a quem teve nas mãos a oportunidade de aprender e não o fez porque não quis. Aliás, oportunidades para aprender temos todos os dias. Ler é uma boa forma de aprender a escrever e a falar. Contudo, cada vez há mais livros e menos leitores. É precisamente deste tipo de ignorância que falo.

Às escuras

Pois que em 2012 a factura da electricidade aumentará em quatro por cento, segundo a entidade reguladora. Bem, vejamos as coisas: a electricidade deve ser, dos serviços que usamos em casa, um dos mais caros, se não o mais caro. Este ano passou da taxa mínima do I.V.A. para a taxa máxima (como se não fosse um bem de primeira necessidade...). E nós? Pagamos, claro. Nem pode ser de outro modo. E agora, que ainda mal engolimos o aumento anterior, transmitem-nos esta maravilhosa novidade: quatro por cento a mais no próximo ano.

Portanto, se este ano já fico meio desgostosa quando ligo as luzes da árvore de Natal por pensar que talvez seja um desperdício de electricidade, para o ano, provavelmente, deixarei de secar o cabelo ou de vir ao blogue já que, bem vistas as coisas, o meu computador não funciona a carvão.

Novo modo verbal

Conhecem o modo verbal «comparativo»? Não? Pois, nem eu. No meu tempo eram Indicativo ou Conjuntivo. Porém o meu aluno parece conhecer...

Coisas que odeio VIII


Eu até percebo que os comerciantes torçam o nariz a certas transacções por multibanco. Todos sabemos que eles pagam uma taxa de cada vez que nós usamos o cartão, mas há limites para o ridículo. Estava num centro comercial e entrei na papelaria para comprar uma revista e um livro que saía com um jornal. Não tinha levantado dinheiro e como sabia que a loja permitia pagamentos por multibanco ia pagar com o cartão. Não podia ser. Disse-me a senhora que só podia pagar se "consumisse" no mínimo dez euros. Respondi à senhora, incrédula, que isso não estava na lei e que é uma ilegalidade. Resmordeu que ou é isso ou tiram o multibanco porque não conseguem haver-se com as despesas. Disse-lhe, já saindo da loja, que assim não lhe levava nada e que entre pedir consumos mínimos astronómicos para a utilização do multibanco numa loja que vende artigos de baixo valor e não ter multibanco, a diferença não era nenhuma.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

O melhor de nós


Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara.
                                                                José Saramago

Vivemos uma época difícil, todos o sabemos. Não há trabalho, não há esperança, não se vê futuro. Contudo, parece-me que esta crise está a mostrar o lado bom das pessoas. Cada vez ouvimos mais casos de pessoas que dedicam parte dos seus dias a ajudar os outros, a inventar formas de matar a fome que às vezes nos está bem ao pé da porta.

Temos todas as condições para sermos profundamente egoístas: a sociedade louca em que vivemos faz com que consigamos viver a tal velocidade que nunca perdemos um minuto a olhar para o lado e a ver o que se passa com os outros. Porém, este momento difícil que atravessamos parece-me estar, no meio de tanta desgraça, a conseguir a proeza de nos fazer abrandar. Felizmente, esse abrandamento está a levar-nos a perceber melhor o que se passa. Ainda estamos, é certo, muito longe de fazer tudo o que podemos para ajudar os outros, mas creio que são de louvar estes esforços. Cada vez que o Banco Alimentar faz uma campanha de recolha de alimentos, bate-se o recorde de donativos da campanha anterior. Cada vez mais as pessoas pensam em formas de ajudar o próximo. Cafés que recolhem bens de primeira necessidade; pessoas que recolhem as sobras dos restaurantes para depois distribuirem pelos mais necessitados; alunos que promovem recolhas de alimentos para posterior entrega a colegas que precisam; universitários que, sabendo das dificuldades por que os estudantes do Ensino Superior passam, recolhem roupas e doam-nas ou vendem-nas a preços simbólicos; pessoas que, depois de um dia de trabalho, passam parte das noites a distribuir alimentos aos sem-abrigo da capital... São cada vez mais os exemplos e é muito bom assistir a esta tomada de consciência, a esta lufada de humanidade que nos vai atingindo. Infelizmente é preciso a realidade dar-nos uma bofetada dolorosa no rosto para começarmos a perceber que o mundo vai além do quadradinho em que nos movemos.

Gostava de ajudar mais do que o que ajudo, mas faço o que posso. Conheço pessoas que precisam e por isso tento auxiliar naquilo que consigo. Também eu fechei muitas vezes os olhos à miséria que sempre foi existindo, mas agora é impossível. A necessidade é tanta que, mesmo que viremos a cara, acabamos a ver os problemas vividos por muitas pessoas.

Quando penso nesta mudança, vem-me à memória o título de um livro de Lobo Antunes, Que Fazer Quando Tudo Arde. É que, neste momento, tudo parece arder, porém acabamos por ir encontrando uma ocupação que nunca devíamos ter perdido: a de olhar, com olhos de ver, para os outros e tentar, de algum modo, aplacar-lhes a dor.

Novo tempo verbal

Hoje, no âmbito de uma prova oral, pergunto a um aluno que durante o período achou que devia ir ao menor número de aulas possível:

- Em que tempo está a forma verbal "(eu) falo"?

Pára para pensar e depois, colocando um ar muito escandalizado por a pergunta ser tão fácil, responde:

- Então, o tempo é agora! A stôra fala agora!

Nunca um zero foi tão redondo.

Coisas preferidas X


Não gosto nada de me besuntar em cremes, muito menos me lembro de o fazer à saída do banho (quando o que mais quero é vestir-me depressa para me pôr quentinha). Ainda assim tenho alguns produtos favoritos e este é, sem dúvida, um deles.

O Talco Líquido da O Boticário é a solução para as meninas que no Verão fazem bolhinhas na pele devido ao atrito e ao suor (somos umas fofas, mas temos destes problemas, nada a fazer). Espalha-se uma gotinha deste líquido no local problemático e durante um dia inteiro não há desconforto, bolhinha ou dor para nos estragarem o dia. Adoro!

Além disso, é baratinho e dura uma eternidade. Vale mesmo a pena! É uma das minhas coisas favoritas de sempre e para sempre. Convido-vos a experimentarem.

Nota: A imagem foi retirada da página da O Boticário.

Rosadinho


Há pouco vi este anúncio da Sephora e apaixonei-me. Não pelo produto que a publicidade nos tenta vender, mas pelo urso tão bem maquilhado. Adoro!

Uma coisita nova


Hoje comprei este livro para o meu Tigre (profundamente envolvido pelo espírito natalício, como bem se vê). Porém, como ele tem dificuldades na leitura, talvez fique eu com ele...

Listinha para o Natal IX

A menina ainda não sabia que este livro tinha saído, mas agora que sabe a menina quer. A menina bate muitas palminhas ao senhor Gilles Lipovetsky.


Notita: A foto saiu da página da Bulhosa Livreiros.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Azarado


Realmente o Edmundo teve azar: deve ter sido o único a escrever uma caca dessas sem conseguir publicá-la. Ele que venha até Portugal...

Notazita: A ilustração é uma parte de um cartoon do genial Alberto Montt.

Correcções

No âmbito do ensino, corrigir testes e trabalhos é mesmo a coisa mais chata de se fazer. Dar aulas é divertidíssimo e toda a gente devia experimentar uma vez na vida, mas corrigir trabalhos escritos é o terror. Normalmente tenho alguns hábitos em torno desta actividade chata como mais nenhuma. Uns são mais estranhos do que outros. Ora confirmem lá:

1. Só quando (como aconteceu hoje), sou obrigada a dar as notas de um dia para o outro, vejo os testes ou os trabalhos no mesmo dia em que foram feitos. De resto, é raríssimo começar a corrigir no mesmo dia. Não é superstição: é mesmo necessidade de me distanciar do momento da realização dos testes. Gosto assim, nada a fazer;

2. Não corrijo os testes na ordem pela qual os retiro do envelope: baralho-os primeiro;

3. Depois de os baralhar, coloco o de um bom aluno em primeiro lugar e começo por esse. Porquê? Por três razões: para não me enervar logo com o primeiro teste, para me ajudar a entrar naquela correcção e, de certa forma (embora, obviamente, tenha critérios de correcção), para estabelecer a fasquia. Claro que se o bom aluno se espalhar, fico logo possessa e azeda;

4. Raramente corrijo um teste inteiro antes de passar ao seguinte. Normalmente, a menos que esteja com muito pouco tempo, corrijo a mesma pergunta em todos os testes antes de passar à pergunta seguinte;

5. Só classifico os testes depois de todos estarem corrigidos: pode haver a necessidade de fazer alguns acertos no final das correcções;

6. Espalho comentários pelos testes e, alguns, acabam com verdadeiros testamentos escritos a vermelho;

7. Contrariamente ao que ingenuamente achava no estágio, nunca corrijo a outra cor que não o vermelho;

8. Uso uma esferográfica para corrigir testes e trabalhos de casa e uma caneta de tinta permanente para corrigir exames (sabe Deus porquê!);

9. Faço tantos riscos para «trancar» cada teste (evitar que o teste seja devolvido aos alunos com espaços em branco, de modo a precaver-me de falcatruas) que uma caneta vermelha raramente dura um período inteiro;

10. Nas turmas do ensino básico, coloco a classificação numérica e, abaixo dessa, a classificação por extenso (também para evitar falcatruas).

E é isto. Os meus dez mandamentos da correcção. Há mais uns quantos, claro. Os professores que lerem isto verão que os seus métodos poderão ser abissalmente diferentes. Isto de corrigir trabalhos é como tudo na vida: cada qual faz como quer, desde que não perca de vista a justiça que deve presidir a qualquer correcção.

Mais uma leitura


A mais recente edição do Jornal de Letras parece-me muito bem. Ora vamos lá aumentar o volume de leituras da semana! Estará nas bancas a partir de amanhã .

Um pedido

Senhores que fazem botas, importam-se de porem qualquer coisa na sola do calçado que nos impeça de escorregar? É que todos os dias de manhã, quando calço umas certas botas rasteiras e apanho o chão ainda húmido pelo orvalho, ando pela rua a patinar, sempre com o credo na boca para não cair. Torna-se ridículo!

Eu sei que um sapateiro resolveria o problema em três tempos, mas chateia-me um bocado pagar pelas botas e logo depois ter de pagar por um arranjo que as torne seguras.


Nota da autora: E que tal a minha extraordinária capacidade para o desenho?

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Sugestões

Quando chega o Natal, por muito que se tente evitar, vem sempre a dor de cabeça de não saber o que comprar aos outros. Hoje, enquanto escolhia algumas coisitas, deparei-me com uns objectos que adoro e que já tenho de sobra cá em casa (por isso não ponho na minha lista): blocos de notas. É sempre bom termos um por perto. Há recados, ideias, números de telefone ou outras notinhas que pedem um bloco de notas à mão. E agora existem caderninhos tão giros que até dá gosto acartá-los na mala. Ah, e também os há muito adequados aos meninos que não gostam de bonecadas e afins. Ultimamente trago na mala um que tem um Galo de Barcelos dentro de um tabuleiro e pronto a ir ao forno. Garanto que me tem dado muito jeito, especialmente nesta fase em que o pessoal quer isto ou aquilo de presente: tenho tudo anotadinho para não me esquecer.

Deixo aqui um conjuntinho de bloquitos. Não é que adore todos, mas servem as imagens (colhidas do catálogo da FNAC) para mostrar a variedade. Nesta altura do ano, sendo um presente bonito e útil, as livrarias e papelarias abarrotam com estas coisas. Nem sempre são baratos, é certo, mas são presentes que, a meu ver, valem a pena.


Listinha para o Natal VIII

Uma pessoa vai comprar alguns presentes de Natal (coisa pouca que este ano não permite maluqueiras) e apaixona-se por umas quantas coisitas. Nada a fazer: a visão periférica é tramada. Assim sendo, hoje não foi excepção e por isso aqui ficam mais uns itens a acrescentar à já gordinha lista para o Natal. Espero, mas espero mesmo, que o Pai Natal siga este blogue com a devida atenção e que não perca pitada. Se assim não for, vamos ter problemas. Olá se vamos!

Ora então, vejamos os novos quereres da menina:


(Deve ser tão giro e tão cómico. A menina deseja muito, mas mesmo muito! É daqueles que se o Pai Natal não der, a menina vai buscar.)


(Do mesmo autor de Liberdade, que já está na minha lista há muito. Parece-me bem!)


(A colecção História da Vida Privada em Portugal... Deve ser fabulosa!)


(Eu sei que esta História de Portugal já não é novidade nenhuma. Na altura em que saiu, eu até trabalhava numa livraria, mas que querem? Fui adiando a compra, adiando, adiando e até hoje ainda não aconteceu. Mas admito que nas horas mortas li uns excertos e fiquei com boa impressão.)


(Para não dizerem que só penso em livros, eis as pulseiras da Stradivarius. São encantadoras. Adoro!)

E pronto, é isto. Cada vez pedincho mais, mas convenhamos que no meio do muito lixo que se publica, encontram-se pérolas que nos levam a fazer beicinho por não as podermos trazer a todas para casa. E depois há as coisas como os blocos de notas, as agendas, os sapatos, a roupa ou as malas (entre muitos outros itens que podia recordar), que nos aquecem o coração por serem giros, por fazerem falta no armário ou simplesmente porque sim. Claro que não se pode ter tudo, mas sonhar não custa, não é? Evidentemente, Pai Natal, não te sirvas do que estou a dizer para fugires às tuas obrigações. Vê lá, vê...


Notinha esclarecedora da autora: As fotos dos livros foram retiradas do catálogo da Wook. A foto das pulseiras saiu, como é óbvio, da página da Stradivarius.


Olhem o que eu encontrei

E não é que na Bertrand encontrei este bloquinho de notas com a gravura do Quixote e do Sancho feita pelo senhor Picasso? Claro que veio logo comigo, embora por dentro não seja maravilhoso (tem um provérbio por página, e, que eu tenha percebido, não são retirados do Quixote, mas tenho de averiguar melhor...).



Um diálogo inesquecível

Ia eu na minha vidinha até ao Centro Comercial Colombo quando um moço, pouco mais velho do que eu, caminha na minha direcção com a ajuda de uma muleta. Aproxima-se e diz-me qualquer coisa que não percebi muito bem. Pedi-lhe que repetisse:

- Minha linda, dá-me uma moedinha.

Fui honesta na resposta:

- Não tenho moedas, nem uma.

Ao que ele, muito seriamente, responde:

- Trabalha!

Adorei! O rapaz pede-me uma moeda e depois manda-me ir trabalhar. Devo admitir que foi o pedido de ajuda mais hilariante que já recebi. Calculo é que com coisas destas ele não receba muitas moedinhas...