quarta-feira, 9 de março de 2016

Olhando para livros XVIII

27. Personagem literária favorita

Bom... Ao vigésimo séptimo dia deste desafio, até seria estranho se precisasse de parar durante muito tempo para pensar na resposta a dar. A minha personagem literária favorita é Dom Quixote. Também gosto do Sanchito, mas o Cavaleiro da Triste Figura é A maior, melhor e mais ímpar personagem de todos os tempos. É um ‘louco’ do século XVI (quando Cervantes terá começado a escrever a obra), mas ao mesmo tempo é das personagens mais sensatas que já tive ocasião de conhecer nos livros. Diz coisas que em muitos casos ainda não ouço dizer no século XXI. Sabe o que é a liberdade e qual a sua importância, coloca o amor por um filho acima de todas as desilusões que ele nos possa dar, defende a liberdade das mulheres para decidirem o seu futuro, ainda que as suas escolhas possam fazer infelizes alguns homens. Ao mesmo tempo é a personagem que usa uma bacia de metal na cabeça, crendo ter na sua posse o famigerado elmo de Mambrino; é a personagem que põe na cabeça uma bacia cheia de requeijões e que depois pensa ter os miolos a derreter; é a personagem que entra dentro de uma jaula com um leão; é a personagem que combate contra moinhos de vento e leva uma tareia; é a personagem que solta uma série de condenados e que a seguir se vê espancado por aqueles a quem dera liberdade; é a personagem que ama uma lavradora mal amanhada e vê nela a mais bela das mulheres. Enfim, o que há para não amar nesta personagem? Nada. E amamo-la melhor lendo as suas aventuras.

28. Personagem literária que gostarias de conhecer

A personagem literária que eu mais gostaria de conhecer... Hum... Nunca tinha pensado nisso. Acho que não tendo a imaginar as personagens fora do papel e, por isso, nunca me tinha debruçado mesmo sobre o tema. Não sei, mas talvez fosse o João da Ega, de Os Maias. Parece-me um tipo porreiro e divertidíssimo. Fora esse, talvez gostasse de trocar umas palavrinhas com o Sr. José, de Todos os Nomes, e com o Bentinho de Dom Casmurro. A este último gostava de dizer-lhe que é um tonto e que a Capitú não o traiu coisíssima nenhuma. Pelo menos eu sou adepta desta posição. Contudo, nunca saberemos o que estaria na cabeça de Machado de Assis.

Sem comentários:

Enviar um comentário