quinta-feira, 28 de maio de 2015

Uma mãozinha chega

Um dia escrevo um livro só com as aventuras que vivo com este gato. Tem cada mania, lembra-se de cada coisa que palavra de honra... Parece que as sonha!
 
Tenho estado desde de manhã a corrigir testes. Antes de almoçar ele esteve na varanda a dormir e foi tudo bastante tranquilo. Entretanto fiz uma pausa e parece que essa hora de almoço transmitiu ao Sr. Gato a ideia de que daí para a frente todo o meu tempo seria consagrado a brincar com ele. Ora, tristemente, precisava de voltar à correção dos testes. Assim, depois de ir à cozinha e de pôr a louça na máquina, brinquei com ele uns cinco minutos (fi-lo correr atrás de uma pena pesa na ponta de um fio suspenso de uma cana) e sentei-me à secretária para continuar as correções. E é aí que ele faz qualquer coisa que me deixou a rir durante muito tempo e a pensar que este gato é de uma esperteza assustadora. Mas assustadora mesmo. Senão vejam:
 
Sentei-me na cadeira, liguei o computador e o bichano aparece no chão ao meu lado com aquele miar de reclamação típico de quando exige quer alguma coisa. Fiz-lhe umas festinhas e continuei o trabalho. Ele prosseguiu com os miados e foi buscar a cana com a pena para ao pé dele, como quem diz «a cana está aqui, eu estou aqui: brinca comigo já!». Continuei a trabalhar, embora só me apetecesse rir. Como o focinhudo não via nenhuma acção da minha parte que fosse ao encontro daqueles que eram os seus desejos superiores, trepou para cima da secretária e começou a cheirar-me a mão que segurava o rato do computador. Cheirou, cheirou, deu umas trincas e depois começou a abrir muito a boca, como faz quando quer agarrar alguma coisa para transportar. Pois... Ferrou portanto os dentinhos na minha mão (e eu a fazer «mão morta» a ver até onde a coisa chegava) e eis que com a minha mão na boca, dá meia volta e vai para saltar da mesa para o chão com ela presa nos dentinhos (felizmente era coisa que não estava a magoar). Quase como se o tipo percebesse que de todo o meu corpo, a mão direita chegava para brincar com ele. E se Maomé não ia à montanha... Pois a montanha viria até ele.
 
Bom, retirei a minha mãozinha antes que o salto se iniciasse mesmo (mas já com ele posicionado para pular) e depois escangalhei-me a rir com a esperteza e a lata do bicho. Acho que de tudo o que já o vi fazer, esta ideia de me vir roubar só a mão foi mesmo a melhor. Que pena que ninguém filmasse a cena porque seria digna de ser ver que contada não chega.
 
E assim, depois de rir, rir, rir, rir, lá fiquei eu a pensar que este Sr. Gato é preocupantemente inteligente e um nadinha, só mesmo um nadinha, maquiavélico...

2 comentários:

  1. Espero que, depois de todo esse esforço, tenhas recompensado o bicho. Ele merecia que tivesses ido brincar mais um bocadinho com ele....

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    1. Acredita em mim: este gato tem brincadeira mais do que suficiente. Aliás, tendo em conta que desde que o tenho sou acordada entre as 6 e as 7:30 (já chegou a ser às 5h...) porque quer ir brincar, tenho de relativizar um bocado a questão da brincadeira. Quando fez a gracinha de hoje, já tinha brincado bastante, mas queria ter-me em exclusividade para ele e, infelizmente, tinha testes para ver. Mas falta de brincadeira não tem e em poucos dias até passará a ter uma companhia. :)

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