segunda-feira, 7 de julho de 2014

Coisas que Odeio XVI

Se há coisa que anda a pôr-me louca é o facto de tanta, tanta, tanta gente fugir dos livros como quem foge da cruz e da água benta, mas depois andar a partilhar frases (profundas) literárias por esse Facebook fora como se fossem verdadeiros entendidos e apreciadores de palavras, de frases, de textos, de livros. Do que quer que seja que envolva letras sem serem publicações nas redes sociais.
 
Ele é Neruda, ele é Nabokov, ele é Gabriel García Márquez, ele é Saramago... Frases que andam na boca do mundo e que só não se vulgarizam mais porque saíram da mão de génios que conseguem sobreviver à constante banalização de que vão sendo alvo. Quem os cita podia, pelo menos, dedicar-se a lê-los. Nem que fosse só um dos livros, só para saberem do que falam. É como o «Ser ou não ser: eis a questão.», dito por Hamlet, citado milhões de vezes e sobejamente mal interpretado.
 
Perdoem-me todos os que gostam de ler e que recorrem a umas citações de vez em quando. Isto não é para vocês. É apenas para quem quer esconder o vazio aparentando profundidade ao recorrer a frases de gente que escreveu para ser lida e não repetida até à exaustão por papagaios ocos.

1 comentário:

  1. Toc toc toc...
    Posso entrari? LOL

    Olhe, Filha, fez munto bem em escrever esta Quixotada. Isso é tudo um bando de ordinários, armados aos intelectuais. Mas não passam de intelectuais de pacotilha.

    Dixi.

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