sábado, 18 de janeiro de 2014

Monsieur le chat: primeiro balanço

Amanhã o gatito comemora o seu primeiro mês cá em casa. Fui buscá-lo no dia dezanove de Dezembro e foi uma espécie de presente de Natal para nós. No mesmo dia tive de lhe comprar o enxoval todo e, quando parei para fazer as contas à coisa, fiquei meio tonta.
 
No entanto, ele lá veio. Metido no seu saquinho de viagem, sobrava saco para tão pouco gato. Miou o caminho todo e cheguei a ter pena do taxista que nos fez atravessar Lisboa no meio de chuva e de um trânsito para lá de caótico. O outro dono desesperava num jantar de Natal que nunca mais terminava e que não o deixava vir conhecer o novo amigo. À chegada a casa, o bichano, que mais não era do que um tufinho de pelo meio longo e espetadinho, entendeu que o melhor em casa estranha era seguir para todo o lado a única coisa que se mexesse: eu. Fiz-lhe a cama num cesto de pão sem uso (não lhe encontrara melhor cama nesse dia), com uma mantinha enrolada e por lá adormeceu no meu colo. Contrariamente ao que esperava, não chorou durante a noite. Habituou-se muito depressa a tudo e em cinco minutos a casa já era toda dele. Não teve nome durante uns dois dias porque não conseguíamos chegar a acordo. Enfim, lá decidimos, mas ele continua a não querer saber do nome que tem para nada.
 
Começou logo a comer e a ir à areia. Não foi preciso ensinar-lhe nada, contudo ainda hoje lhe custa a dormir sozinho noutra divisão. Connosco é que não pode dormir, pois esta bola de pelo comprido não sabe o que é estender-se aos pés da cama: é em cima de pescoços e peitos que ele se sente bem. Na realidade, é em cima do meu peito que dorme agora, enquanto escrevo deitada esta quixotada.
 
Descobriu hoje que adora ser escovado, o que me deixa muito contente, já que terá de ser escovado muitíssimas vezes devido ao pelo longo que tem. De raça Bosques da Noruega, este bicho é um pequeno «cão» que nos segue para todo o lado e que quer que estejamos sempre a tocar-lhe ou a brincar com ele. É tão cão que até apanha e traz os brinquedos que atiramos depois de ele no-los deixar aos pés, pedindo brincadeira.
 
Enfim, num mês já engordou e cresceu bastante. Aliás, tanto que noto a diferença de dia para dia. Esta semana cresceu-lhe mais pelo nas orelhas e começa já a notar-se algum pelo mais comprido no meio do de bebé. Quando entramos em casa, ele está no tapete da entrada pronto para deitar-se de barriga para o ar em jeito de boas vindas. Só faz isso com os donos, ainda que se dê bem com outras pessoas. Barriguinha mesmo, só para quem o atura todos os dias. Sim, porque este pequeno louco morde, arranha, salta, corre, atropela e trepa para onde não deve, mesmo que lhe digamos «Não» sete mil e oitocentas vezes por dia. Deixa-me louca quando entra em divisões onde não deve e de onde só sai com o som de um guizo. Põe-me à beira de um ataque de nervos quando arranha alguma coisa ou quando sobe para cima da mesa da sala ou da cozinha (estejamos ou não a comer...). No entanto, passado um mês, descobri que sou muito mais feliz com este peludo. Os três fazemos uma excelente equipa. É muito relaxante tê-lo no colo e escová-lo ou, simplesmente, coçar-lhe as orelhas até começar a fazer-se ouvir o «purr purr» de um gatinho feliz. Um mês de convivência depois, acho que esta casa está muito mais completa com este novo habitante. Nós gostamos muito dele e, pelo purr purr que vou ouvindo agora, acho que ele também gosta muito de nós.

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