domingo, 5 de janeiro de 2014

Feliz ano novo agora no blogue certo

(Por lapso, esta quixotada foi publicada no meu outro blogue e só hoje dei conta do erro. Enfim, as pessoas que compram os meus livros usados devem ter adorado...)

E eis que chegámos ao novo ano. Claro que isso já aconteceu há três dias, porém ando com uma preguiça tão grande que passo os dias a pensar "Tenho de ir ali escrever uma quixotada", mas depois deito-me no sofá e por lá fico em modo jibóia. Apesar disso, parece-me que ainda não é tarde para desejar-vos um feliz ano de 2014, cheio de tudo aquilo que vale a pena.

A primeira palavra que disse este ano foi "Acabou!". Se é verdade que muito mudou para mim em 2013, também devo dizer que nem tudo mudou para melhor. Comecei o ano a perder a minha avó e isso marcará para sempre o ano que terminou. Em suma, embora tenha conseguido realizar um sonho, 2013 ficará como sendo o ano em que a minha família perdeu uma referência, alguém que era, no fundo, a cola que ainda nos ia unindo a todos. A casa da avó já não é a casa da avó, ainda que custe a crer que ela já lá não esteja e já lá não volte. Já não se telefona à avó aos domingos e, acreditem, isso foi o que mais confusão me fez ao longo do ano. Costumava perguntar à minha mãe: "Já ligaste à avó?". Quantas vezes me segurei quando ia dizê-lo por lembrar-me repentinamente de que essa pergunta já não fazia sentido. E na véspera de Natal o meu pai, que percebe muito de telemóveis, pediu-me para apagar da agenda dele uma boa meia dúzia de números de que já não precisava. Ora, um deles era precisamente o da minha avó. Portanto ali estava eu, exactamente um ano depois de a ter ouvido pela última vez (quando me disse que só queria voltar a ter saúde e mais nada) a apagar o número dela porque, do outro lado, já ninguém atenderia. A avó Céu ficou em 2013 porque assim teve de ser. Ou porque adoeceu e porque, como de costume neste país, levou um ano ou mais até que começasse a ser tratada. Vou perguntar-me sempre se teria sido diferente caso a saúde funcionasse melhor e não tratasse os nossos idosos doentes como escumalha que não vale a pena tratar. Mas de que me vale isso? A minha avó ficou em 2013 e deixou de dar despesa ao país. Melhor ainda: depois de ela falecer, apareceu uma conta de IRS para ela pagar. Enfim... 

Por tudo isto, fico contente por já não estar em 2013. Não sei se acredito que 2014 vá ser melhor, mais simples ou mais fácil. Aliás, tenho medo do que aí possa vir. Contudo, resta-me esperar para ver, sabendo que uma parte da minha vida ficou no ano passado: perdi uma avó e deixei a casa dos meus pais. Mudou muita coisa e eu aqui estou, sem grandes expectativas, mas desejando um ano melhor e inequivocamente mais feliz. 

Bom ano novo, malta!

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