sábado, 24 de março de 2012

Dourar a pílula

Estou estupefacta! Hoje soube que numa escola de Lisboa uma reunião de avaliação de uma turma de 5.º ano com dez alunos teve a duração de duas horas e quarenta e cinco minutos. Como raio é isto possível? Então se fosse uma daquelas turmas como eu tenho em que a dada altura já não tenho cadeiras para todos, quanto tempo duraria a reunião?

Mas mais: uma das razões pelas quais a coisa demorou tanto a concluir-se prende-se com o facto de a psicóloga da escola ter uma palavra a dizer sobre tudo, inclusivamente as observações que os docentes anexavam às notas. Como? Mas a psicóloga tem de fazer isso? Dou-vos um exemplo: se os professores queriam dizer qualquer coisa como «o aluno A deverá empenhar-se mais no terceiro período», vinha de lá ela dizer que isso não tem qualquer mensagem positiva e que é preciso dar reforço positivo aos meninos blá blá blá. Resultado: aquilo que para os professores, que estão na sala de aula com os miúdos era assim, para ela devia ser «o aluno A deve continuar o bom trabalho». Desculpem? Mas isso não tem, de modo algum, o mesmo sentido que a frase original proposta pelos professores. Pois parece que isso não interessa nada: temos mesmo de fazer a coisa de forma elogiosa para que os alunos não fiquem tristes e desmotivados (e para que os pais também andem felizes e contentinhos). Por amor de Deus, poupem-me porque assim gastam-me depressa!

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