domingo, 14 de fevereiro de 2016

Do "Dia dos Namorados" ou sobre como ser igual a toda a gente

E pronto: chegámos àquele dia muito comercial pelo qual hotéis, restaurantes e algumas lojas tanto anseiam. Hoje é Dia de São Valentim, mais conhecido por "Dia dos Namorados" e hoje muitos trocarão palavras bonitas, presentes e umas horas catitas em sítios a que se calhar até nem costumam ir, como restaurantes mais caros ou SPAs com direito a tudo o que envolva corações e pétalas de rosas. 

Pois bem, meus caros, o "Dia dos Namorados" é puramente estúpido porque alguém que namore quer para si todos os dias e não um assinalado no calendário para tooooodos os namorados. Cada casal de namorados quererá ser único, desejará ter os seus próprios momentos de celebração, trocará presentes porque aquela é uma data especial ou então só porque sim. Ora, o dia catorze de Fevereiro já é tudo menos uma data especial. É só mais uma daquelas que se transformaram numa excelente hipótese de negócio e que, apelando ao sentimento (e às cargas de TPM que, quando bem apuradas, podem fazer da vida de um homem um inferno), vai despachando merchandizing e afins relacionados com a data.

Há uns anos, quando não tinha namorado, ainda ligava um bocadinho à data. Na altura, com as minhas amigas, era o temidíssimo dia em que percebíamos que estávamos encalhadas (que terror: encalhadas aos dezoito anos! A vida não tem qualquer sentido assim!!! O drama, o horror!), como se o resto dos dias não servisse para chegarmos à mesmíssima conclusão. Depois veio o moço e acho que ainda fizemos um jantarzinho romântico ou dois nesta data, até que percebemos que estar num restaurante cheio de gente que nada nos dizia a celebrar a mesma coisa, como se tivéssemos vivido o mesmo, era estúpido. A partir daí passamos por cima deste dia. Não trocamos presentes, não fazemos por ter jantarzinhos românticos nem nada que celebre a data. Fazemos as comemorações que queremos quando queremos (no nosso caso, no mês e dia em que começámos a namorar e em que fomos viver juntos). Esses sim são dias nossos e não partilhados pelo mundo todo só porque a voragem comercial assim o espera.

Mas pronto, haverá sempre muita gente a parar tudo neste dia para celebrar o amor. A esses desejo um excelente dia, apesar de achar que valia mais adiarem as celebrações nem que fosse por um fim-de-semana: os preços estarão consideravelmente menos inflacionados...

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