Estive esta tarde na livraria Ulmeiro, em Benfica. Confesso que passei algumas vezes de carro e de autocarro à sua porta e pensei sempre que havia de lá ir com tempo, mas foi preciso sair a notícia de que a Ulmeiro tinha o fim anunciado para arranjar de facto tempo para visitá-la.
Acredito que em tempos tenha sido um local magnífico e não tenho dúvidas de que há ali dentro toneladas de história enquanto livraria que vendeu livros proibidos, que foi muito visitada pela PIDE... Só por isso, esta livraria já merece ser salva. Mas fora isso, o facto de MAIS uma livraria ter sobre ela o destino do fracasso e do encerramento deixa-me desolada. Oxalá consiga escapar desse fim anunciado e sobreviva. Ainda que a Fnac não cheire a pó e tenha tudo muito arrumado, os alfarrabistas prestam um serviço único ao mundo do livro e à sobrevivência da palavra escrita. Num mundo de tanto comércio, também devia haver lugar para eles.
Trouxe algumas coisinhas da Ulmeiro que hoje, talvez pela reportagem que deu conta do seu fim, talvez pela tarde soalheira, tinha muita gente. Trouxe um livro do Astérix, um de Charles Dickens e o Decameron em três volumes na edição dos Amigos do Livro. Fizeram-me um desconto em todos os livros e assim será até ao dia vinte do próximo mês. Se puderem, passem por lá (Avenida do Uruguai, n.º 13 A). Se não puderem, não deixem de seguir a Espaço Ulmeiro no facebook, pois diariamente são lançados novos leilões com novos livros.
Ajudem a salvar este espaço de letras para que não acabem, como sempre, a vencer os números.
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