quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Praga peluda

Assim de repente (ou não tão de repente assim, pois estava a estender roupa) ocorreu-me a seguinte ideia: uma das dez pragas bíblicas do Egipto poderia muito bem ter sido pêlo de gato na roupa daquela gente toda. Sim, é que por muito que gostassem de gatos e que os achassem a última coca-cola do deserto, nenhum faraó gostaria de estar vestido com modelitos cheios de pêlo felino que não sai nem sob rajadas de metralhadora. E digo isto com conhecimento de causa já que por estupidez (cansaço não pode ser que estou de férias) enfiei uma camisola nova na máquina de lavar acompanhada por... um dos tapetes dos gatos! Como eram da mesma cor e tal... Bom, a camada de pêlos com que a camisola saiu da máquina fez-me temer que ela, de súbito, começasse a miar. Também pensei que pudesse estar tão distraída que em vez de uma camisola tivesse comprado um gato às riscas, mas como eram azuis relaxei um bocado. 

Lá pus novamente a camisola no programa de enxaguamento, imaginando que assim sairiam os pêlos do tecido, mas também do tambor da máquina que havia ficado parecido com um Chewbaccazito cinzento. Retirei a camisola e... já não parecia um gato inteiro: já era só meio gato. Desisti: estendi-a na corda e pensei que antes de dar a camisola à senhora para que a passe a ferro, talvez seja melhor passar-lhe o rolo autocolante por cima, só por causa das vergonhas.

Agora, quanto a mim já sei: quando precisar de vingar-me de alguém ou de lhe infernizar um pouco a vida, atirar-lhe-ei um saco de pêlo felino para cima da sua melhor roupa preta. Ou então ofereço-me para lavar a roupa da pessoa e coloco na máquina também a mantinha rosa e felpuda do Sr. Gato em época de muda do pêlo. É que "casaquinho de gato" em roupa molhada é quase o mesmo que uma arma nuclear: ataca o núcleo dos nervos de uma pessoa que é um miminho. Ora pensai nisso...

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