domingo, 3 de março de 2013

Ontem

Ontem li O Escritor-Fantasma, de Zoran Zivkovic, de uma ponta à outra. O livro lê-se rapidamente, até porque a história nos envolve de tal forma que queremos mesmo ver como é que a personagem principal vai sair daquele novelo em que está metido. No fundo, o romance consiste numa manhã em que o escritor troca emails com quatro amigos/conhecidos e com um admirador secreto que lhe faz uma proposta. No fim de contas, e com o avançar das conversas, vemos que todos querem que ele faça alguma coisa e, curiosamente, são sempre coisas com as quais se sente pouco à vontade. Colocado entre a espada e a parede, tem de, por fim, adivinhar quem é o seu admirador. Nesta altura já o leitor tem uma leve desconfiança de quem possa ser (convenhamos que já lemos muitos livros: já não somos muito fáceis de enganar e há coisas que sabemos que, a acontecerem, transformam um bom livro num mau livro em um instantinho e, portanto, são logo descartadas). Ainda assim, não deixamos de nos sentir tolinhos pela armadilha em que caímos durante quase todo o livro.
 
No final desta edição da Cavalo de Ferro, vem ainda uma pequena análise deste romance. Explica alguns aspectos que desconhecemos porque não lemos toda a obra do autor e, curiosamente, este livro faz muitas referências a outros textos de Zoran Zivkovic. Porém, quem não os leu, não percebe essas referências, embora goste deste O Escritor-Fantasma na mesma.
 
É, portanto, um belo livro para passar uma tarde. Quanto mais não seja pelo gato que dele faz parte e que tem grande importância na história. O modo como é descrito faz dele uma personagem tão real (ou mais ainda) quanto a do escritor. Curiosamente, muito gira em torno do nome dele. Bem, não digo mais. Leiam que vão gostar.


Depois deste, comecei um outro livro que já berrava por mim da prateleira há muito tempo.


Nota: A imagem da capa de O Escritor-Fantasma saiu da página da Wook. A de As Boas Intenções saiu daqui.

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