sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

«Amostrar»

Mais um erro de Português daqueles:
 
« - Ó coisa, já amostraste isso à tua mãe?»
 
Já nem menciono o péssimo hábito que alguns arranjaram de tratar alguém de cujo nome não se lembram por «coisa». É daquelas expressões que me soam mal educadas até ao fim do mundo, mas há quem não tenha noção disso. Falo, sim, do acrescento típico ao verbo «mostrar». Se se escreve assim, começando com a letra «m», por que raio há de se ler «amostrar»? Alguém percebe? Eu não.  Por acaso, se essas pessoas forem procurar o significado da palavra ao dicionário, vão à entrada da letra «a»? É o que falta!
 
Quem disse esta pérola foi uma menina que teria uns dezanove anos e com quem me cruzei ontem na Fnac. Provavelmente trata-se de uma moça que ainda estuda e que está em boa idade para saber que isto, assim como o «treuze» de que falei há uns dias, não se diz. Falar a nossa língua não devia ser só abrir a boca e deixar sair. Isso até um papagaio faz. Devia existir mais cuidado e algum esforço para corrigir vícios como este. O semi-heterónimo Bernardo Soares disse a frase «A minha pátria é a língua portuguesa». Dúvido é que fosse esta, mal falada, alterada e desrespeitada. Esta, a dos «treuzes» e do «amostrar», não é pátria para ninguém.

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