sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

Os livros do ano passado


Não alcancei o objectivo que tinha proposto a mim mesma: ler 45 livros em 2018. Faltaram cinco para chegar à meta. Posso dizer sem sombra de dúvida que comprei muuuuuitos mais livros do que os que consegui ler. Foi um ano do caraças, por isso não me custa muito perceber que o número tenha sido fraquinho. Também não acho que tenha sido o ano em que li melhores livros. No ano anterior tinha lido pelo menos dois livros absolutamente extraordinários (Anna Karenina e Eu Confesso, de Jaume Cabré). A fasquia estava elevada. Creio que o livro que em 2018 mais me encheu as medidas foi mesmo O Pintassilgo, de Donna Tartt, um grande livro em tamanho e na história fabulosa que conta.

Descobri, em 2018, que Haruki Murakami não é a minha praia. Achei fraquinho, muito fraquinho. Sou incapaz de o ver como o «eterno candidato ao Nobel», como muitos o apelidam. 

Todavia, também no ano passado, li o brilhante A Família Golovliov, no qual encontramos uma das personagens mais irritantes que já conheci num livro. Aliás, é mesmo a mais irritante. Se fosse uma pessoa a sério, seria daquelas que só teria nariz para poder ser esmurrado mesmo no centro da cara de tão estúpido que é. Ainda assim, mesmo com esta besta, é um livro inesquecível porque a história que conta não é tão inverosímil assim. Há pessoas mesquinhas e gananciosas que fazem mais ou menos o que aquela personagem faz. Simplesmente, não acabaram nas páginas de um romance.

Dos autores portugueses, li Vinte Horas de Liteira, do Camilo, e adorei. É um livro de contos que têm uma ligação entre eles: todos são narrados durante uma viagem feita por dois amigos. Pelo meio, vão conversando sobre as histórias. O humor de Camilo é um dos maiores tesouros da nossa literatura. Cada página escrita por ele é uma riqueza cultural que podemos orgulhar-nos de ter. Este nosso autor foi uma redescoberta que tenho vindo a fazer nos últimos anos porque quando li o Amor de Perdição na escola detestei aquilo. Consequentemente, passei a achar o escritor o autor mais aborrecido do mundo. Merecia duas lambadas, eu sei. Perdoem-me.

A Coisa Terrível Que Aconteceu a Barnaby Brocket foi o melhor livro que, em 2018, li na área da literatura infanto-juvenil. É a história de um menino que é diferente porque flutua e que procura ser aceite com essa sua característica que tanto desgosta os pais. Está muito bem escrita e muitíssimo bem ilustrada. É um livro que todos os jovens (e adultos) deveriam ler, pois além de ser muito bom, leva-nos a pensar sobre as diferenças e sobre o que devemos fazer perante pessoas que têm características diferentes daquelas que esperaríamos encontrar. Nos dias de hoje, entender o outro, mesmo estando nos antípodas do que somos, é para lá de fundamental e, portanto, este livro é importantíssimo.

Por fim, foi no ano passado que dei oportunidade a um policial. Foi um dos livros do casal Kepler o  volume escolhido e a coisa correu tão bem que já tenho na prateleira todos os outros livros dos autores. Não costumo sentir-me cativada por este tipo de histórias, mas gostei deste. Li o Stalker e, confesso, andei ali uns dias a olhar por cima do ombro. Sinal de que a história foi suficientemente envolvente.

Em 2019 já li três livros. Propus-me a um objectivo inferior ao de 2018, até porque o meu trabalho agora também implica ler muito. Vamos ver se o cumpro. Para já, a ver se acabo o Bomarzo porque tem ficado para trás em relação a outros livros e muitas revistas.

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