sábado, 25 de agosto de 2018

O grande fiasco (e fome, muita fome)

Provavelmente, muitos de vocês já utilizaram o serviço Uber Eats com muito sucesso. Nós por cá não. Até há algum tempo ainda não faziam entregas no meu código postal, mas no outro dia, ao chegar a casa, vi uma jovem fazer uma entrega no meu prédio e pensei “Olha que maravilha!”.

Ontem cheguei a casa e, depois de uma sopinha, parecia faltar qualquer coisa (à sexta-feira à noite falta sempre qualquer coisa). O moço lá se lembrou do Uber Eats e fizemos um pedido para ser entregue logo que possível. Depois fomos acompanhando o desenrolar do processo na página do pedido. Foi preparado e saiu do restaurante. Rejubilámos de alegria: é que de lá aqui não são mais de quinze minutos. Vimos o bonequinho avançar no mapa, tínhamos o nome e a cara do motorista, tudo corria bem. 

Até que o desgraçado parou. E continuou parado. E o meu telemóvel não tocou a informar-me de nada. Passou meia hora. Tentei contactar o estranhíssimo número de telefone do motorista: desligado. Passou uma hora... Enviámos um contacto escrito à Uber Eats. Sem resposta. Telefonei para a linha de apoio:

 “Ah e tal, vamos contactar o condutor.” - respondeu alguém com uma pronúncia dificílima de compreender. 

“Boa sorte. Ele tem o telefone desligado.”

Tempo de espera em linha, fome a apertar. Nisto já passava das dez e vinte da noite. Quando finalmente regressam ao telefone dão-me a extraordinária novidade: não conseguem contactar o motorista. E eu que pensava que o telefone (iniciado por 303) só estava desligado para mim... No mapa, o tipo continuava encalhado no mesmo sítio havia uma hora (a comer o meu jantar, imaginava eu, cada vez mais faminta). Mas a novidade continuava: como já tinha sido ultrapassado o razoável tempo de espera, iriam cancelar o pedido para fazer outro se quisesse. Respondi-lhes:

“Vou fazer outro, mas directamente à Pizza Hut porque, como deve imaginar, não fiquei lá muito impressionada com os vossos serviços.”

O moço tratou desse novo pedido, enquanto eu recebia o e-mail do cancelamento e da garantia de devolução do dinheiro retirado do cartão. Depois disso, ficamos a aguardar a pizza. 

Uns quarenta minutos depois telefona-me o entregador do Pizza Hut muito indignado porque estava a tocar à minha campainha havia dez minutos e ninguém abria. Eu, que geralmente sou simpática, passei-me:

“Então se está a tocar há dez minutos, por que é que só me telefonou agora?! Obviamente aqui não soou campainha nenhuma, senão teria aberto!” .

Quando chegou à minha porta de casa, o senhor já vinha mais simpático, mas ainda se atreveu a um “Estive para voltar para a loja.”. Acho que pelo meio da fome rosnei um “Voltasse.” e expliquei-lhe que este tipo de campainhas, quando se carrega no botão, ouve-se uma espécie de um eco do toque, como sucedeu quando estava ao telefone comigo e finalmente soou aqui o toque da campainha. Se ele ao tocar não ouviu nada, é porque não tocou. Se tinha o meu número, só tinha de me ligar ou pedir à loja que o fizesse. Acho que já estava tão endiabrada que o senhor percebeu que era mau caminho continuar por ali e acabou por pedir desculpa. 

Portanto, o meu serão de ontem foi isso. Uma sucessão de fiascos que culminaram em pizza morna e mau humor. Ou eu tenho muito azar ou há por aí gente a trabalhar muito mal. Pelo sim pelo não, é melhor ter sempre em casa ovos prontinhos a estrelar. 

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