sábado, 9 de junho de 2018

Dicas para a Feira do Livro de Lisboa

Por alguma razão que a minha infoexclusão não alcança, deixei de receber notificações relativamente à chegada de comentários novos ao blogue. Por isso, alguns comentários vossos ficaram pendurados durante alguns dias. Peço-vos desculpa (o meu telemóvel já foi devidamente punido por tal falha).

Hoje de manhã fui novamente à Feira do Livro. A ideia era trazer o volume relativo à Ficção do Mário-Henrique Leiria, publicado pela E-Primatur. Depois de uma chuvada ao amanhecer, eis que o dia ficou soalheiro e quentinho. Resultado: ia só buscar um livro e saí com uns dez. Ao somar esse aos muitos outros que já comprei na Feira deste ano, só tenho um comentário a fazer: estou de volta com grande pompa e circunstância! Depois de um ano e meio complicado, eis-me de novo a viver perigosamente no reino das Feiras do Livro.

Tenho vergonha de mostrar-vos as pilhas de livros já adquiridas, mas deixo alguns conselhos para quem ainda vai aproveitar os últimos dias do evento.

1. A Hora H, mais cedo este ano, é uma loucura. Cruzamo-nos com oportunidades tão boas que é uma pena não as aproveitarmos. Contudo, uma hora passa num instante e alguns pavilhões ficam cheios de gente ansiosa por trazer os livros escolhidos. Assim, sugiro-vos que saibam bastante bem e com antecedência o que querem comprar durante aqueles fugazes sessenta minutos. É que se se põem a ver aqui e ali vai-se o tempo e não trazem nada. Foi com a Hora H que consegui trazer para casa a muito desejada antologia de poesia portuguesa da Porto Editora. É talvez o mais longo livro que já comprei até hoje.


2. Vejam as bancas laterais das editoras. Normalmente é aí que encontram as pechinchas, seja em fundos de catálogo, seja em livros manuseados. Foi assim que trouxe da Antígona um livro que queria, mas que, por estar manuseado, baixou para cinco euros (custava dezasseis):


3. Algumas editoras, como é o caso da E-Primatur ou da Individual, não fazem Hora H, mas fazem «packs de livros» que saem em conta. A primeira, por exemplo, tem um que inclui três obras de Dickens com um desconto simpático. Foi assim que me vi a trazer por 39€ estes três livros (cujo total original rondava os 52€):




4. Se aguentam esperar por um livro que ainda não está tão barato quanto gostariam, esperem pelo próximo ano. Demorei anos a aprender a sossegar-me e a guardar a carteira para o ano seguinte, mas vale a pena. Alguns livros acabarão por deixar de estar abrangidos pela Lei do Preço Fixo antes da Feira do Livro de 2019 e, mesmo que assim não seja, a verdade é que quanto mais tempo passar sobre a sua publicação, maior é a probabilidade de que o preço baixe. No ano passado, a Ficção do Mário-Henrique Leiria era uma novidade acabadinha de sair. Este ano já foi Livro do Dia. O mesmo aconteceu com As Histórias de Babar, da Relógio D’Água.


5. Alguns livros que chegam a Livro do Dia não entrarão em nenhuma Hora H ao longo da Feira. Por isso, nesse caso, aproveitem a oportunidade de os trazerem com o desconto do dia. Mas, se se aperceberem de que tal livro pode estar na Hora H, esperem e tragam-no à noite. Provavelmente o desconto será maior. Foi o que me aconteceu com este livro, que será livro do dia na terça-feira, mas que me ficou mais barato na Hora H:


6. Atenção aos preços praticados por alguns alfarrabistas. Podia jurar que alguns se abastecem nas banquinhas dos manuseados (já desconfio disso há alguns anos). Em todo o caso, há edições que não compensam nas bancas dos alfarrabistas. Ou por não serem boas, ou por estarem demasiado caras para a qualidade que têm. Não raras vezes, uma edição usada é mais cara lá do que nova na editora... Mesmo assim, não deixem de espreitar esses pavilhões, pois encontram-se sempre surpresas, alguns livros esgotados... Foi assim que resolvi uma das maiores falhas literárias cá de casa, escapando à inevitabilidade do livro de bolso (o único disponível actualmente):


E pronto, por hoje é isto. Espero ainda ir a tempo dos vossos passeios pela Feira do Livro. Aproveitem-na bem porque termina já na próxima quarta-feira e depois só mesmo em 2019 é que poderemos voltar a delirar com um dos melhores eventos anuais da cidade de Lisboa.

2 comentários:

  1. O problema das notificações não é teu - é do blogger em geral. Aconteceu-me exactamente o mesmo (e pesquisei, e é geral e ninguém parece fazer nada) e tenho andado a monitorizar aquela tab que diz "comentários" no dashboard... mas é chato.

    Os packs da E-Primatur eram bem tentadores; o meu companheiro e eu ficámos muito de olho no Bambi + Lassie... trouxe no ano passado um do Mário Henrique Leiria mas vergonhosamente ainda não li.

    Esse do Babar tem as histórias todas? Comprei o primeiro em Paris em Novembro, é mega curto mas ainda não lhe peguei com a dedicação que merece :)

    Já fechei a minha "loja" da Feira do Livro este ano, espero escrever sobre o assunto em breve! Essa dica dos alfarrabistas faz-me todo o sentido - confesso que nunca tive a maior paciência de os explorar, mas muitos são demasiado caros para o estado em que estão...

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  2. Acabei por ir à feira no sábado ao fim da manhã. Comecei a subir a primeira "rua" e quando já tinha seis livros no saco dei meia volta e voltei para casa com medo de não resistir a mais algum. A minha carteira já chorava. Aquilo é enoooooorme, nunca pensei que tivesse tantas barracas. :) Gostei, e apesar de ter comprado três deles só com um pequeno desconto, outros 2 estavam com mega desconto e o último era livro do dia e trouxe por 5 euros. Uma boa colheita. Beijinhos

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