domingo, 27 de outubro de 2013

Quixotadas curtas I

Inicio hoje um espaço que não garanto que seja muito continuado, mas que me vem passando pela cabeça há muito. Quantas vezes vou pela rua perdida nos meus pensamentos miúdos e chego à conclusão de que «isto era giro para pôr no blogue»? Mesmo muitas. Mas depois esqueço-me ou então não me apetece estar a escrever mundos e fundos (isto de manter duas casas, leia-se blogues, é coisa que, parecendo que não, cansa). Vai daí lembrei-me de fazer umas quixotadas compostas por itens curtos que mais não são do que algumas das coisas que vejo ou penso e que gostava de partilhar. Atenção: não esperem nada de muito interessante. Só mesmo parvoices que me passam pela cabeça e que deixarei por aqui perdidas.
 
Ora então, vamos lá.
 
- Estou fartinha de ouvir falar do Valter Hugo Mãe e do seu livro sobre a Islândia. Acho bem que promovam o livro, mas já não aguento ler as frases catitas que compõe nas entrevistas sobre a luz da Islândia ou a beleza dos fiordes.
 
- No seguimento do ponto acima, deixem-me dizer que a edição de Outubro da revista Ler está muito desinteressantezinha. Aliás, a mudança de imagem que conhecemos a partir do mês de Setembro não abona nada em favor da publicação.
 
- Nunca li nada do Mário de Carvalho, contudo li há pouco um texto de opinião sobre o último livro dele e apeteceu-me sair do lugar para ir comprá-lo.
 
- Ao corrigir testes li coisas como «adulechente» em vez de «adolescente», «sitoasoens» em vez de «situações» e «acrechenta» em vez de «acrescenta». Vi, também, textos de onze linhas sem um único ponto final e miúdos que continuam a achar que «seca» e «secante» é vocabulário adequado para um teste de avaliação. Tirem-me deste filme.
 
- Hoje li que uma rapariga indiana se suicidou porque os pais a proibiram de ir ao Facebook. Deixou escrito na nota de suicídio que não aguentava viver sem aquela rede social. Até tremo ao imaginar uma coisa destas... A linha entre a sanidade mental e o outro lado é mesmo muito fina.
 
- Palavra de honra: olhar para o segundo volume de Os Pilares da Terra já me causa engulhos. Quem acha aquilo formidável nunca leu, certamente, A Catedral do Mar. O senhor Ildefonso Falcones dá uma real tareia no Ken Follett no que aos romances históricos sobre a construção de catedrais diz respeito.
 
- Gostava muito, mas mesmo muito de aprender a fazer coisinhas giras em tecido. Agora que há uma máquina de costura cá em casa, gostava bastante de aprender a fazer capas para livros. Já vendo os livros usados que por aqui ocupam o espaço todo, era só começar a vender capas também para a coisa ser perfeita. Infelizmente não percebo nada de costura e temo nunca vir a perceber.
 
- Como é que um aluno tem a distinta lata de tecer comentários sobre o telemóvel de uma professora? De dizer que «não sabe como é que ela conseguiu pagá-lo com o salariozinho de professora»? Onde estão os limites destes miúdos?
 
- Pessoal que gosta de andar de autocarro com todas as janelas fechadas devia ser proibido de utilizar os transportes públicos.
 
- Finalmente sei por que razão não temos um D. Pedro III na lista de reis que nos governaram. Ele existiu, só que não foi ele que nos governou. A rainha era a esposa e chamava-se D. Maria I. Foi ela que o nomeou rei quando assumiu o trono.
 
- Já não há pachorra para a «Casa dos Segredos». Quando é que vão perceber que aquilo é chão que já deu uvas? Nem sei quem lá mora, mas imagino. O tipo de concorrentes é sempre o mesmo.
 
- Vem aí o Natal e gosto disso. É a minha época do ano favorita.
 
- A minha sobrinha é uma ternura. Isto de ter alguém que estica os bracinhos para nós quando chegamos a casa é realmente coisa para derreter qualquer um.
 
- O «Quem Quer Ser Milionário» é desesperante. É preciso levar tanto tempo para bloquear a resposta de um concorrente e para revelar a resposta correcta? Não se aguenta.
 
- A RTP2, mesmo não tendo nada de novo para dar, vai arrumando a RTP1 a um canto. Todas as noites, por volta das nove, passa um documentário sobre um escritor, um cantor, um pintor, enfim, alguém ligado à cultura. Os documentários já não são novos, mas mesmo assim soam muito melhor do que o enervante «Preço Certo».
 
- Se não vender o livro novo do Vargas Llosa, fico com dois. O livro é bem bom, mas ainda não cheguei ao ponto de ambicionar ter dois volumes de cada livro óptimo com que me cruzo. A ver o que acontece.
 
- Por que motivo não tenho eu um D. Quixote antigo em alemão e por que razão não tenho o Quixote apócrifo do Avellaneda? Vá-se lá saber...
 
- Por que é que os CTT aqui do sítio não fecham só às sete da tarde? Dava-me tanto jeito...
 
- Isto dos telemóveis que fazem tudo é muito giro, mas ter baterias a durar apenas dois ou três dias cansa-me a paciência.
 
- O «Candy Crush» ainda vai obrigar-me a usar óculos. Aquele nível 33 está a rebentar comigo. E não há maneira de eu rebentar antes com ele.
 
- A sério que há quem vá no autocarro a falar sobre sexo ao telemóvel? Esta semana uma senhora dizia para a amiga com quem conversava telefonicamente que naquela noite «tinha ido ao castigo, mesmo estando com a 'coisa'». E depois de dizer isto acrescentou que não podia falar mais porque ia no autocarro «mas que ela tremia toda e que tinha sido 'muita' bom». POUPEM-ME!
 
- Ter a página do facebook da «Moinho de Vento - Livros Usados» encalhada nos sessenta e nove «gostos» está a consumir-me os nervos.
 
E pronto, minha gente, vou parar por aqui ou ainda corro o risco de passar a noite a acrescentar linhas a esta quixotada longa feita de «curtas». Passem um bom resto de noite que amanhã já é segunda. Ninguém merece.

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