segunda-feira, 22 de maio de 2017

A Menina Sugere Isto XXIX


Tenho andado meio desaparecida do blogue (muitas celebrações: ele é o campeonato, ele é a Eurovisão, eles são os doze anos de namoro...), mas as leituras não param. 

Nos últimos dias, tenho lido as aventuras do celebérrimo Manolito Gafotas, muitíssimo conhecido e adorado pelos nuestros hermanos. Lembro-me de na cadeira de Espanhol, durante a Licenciatura, o professor nos dar um excerto do primeiro volume da colecção. Foi o suficiente para nunca mais me esquecer da existência do Manolito e do significado da palavra "gafas". Mas, mesmo assim, nunca me tinha dedicado realmente às aventuras deste pequeno. 

Agora que comecei a lê-las digo-vos que são tão viciantes que só hoje e em poucas horas li todo o segundo volume. Agora vou ver se faço uma pausa para não acabar os livros e ficar sem nada (embora sejam oito no total). 

Manolito Gafotas é uma criança nascida pela mesma altura que eu, mas em Madrid. Vive em Carabanchel Alto e é prodigioso a fazer disparates. Conta-os nos seus livros com uma ironia e um sarcasmo inigualáveis. O humor desta personagem que viveu uma daquelas infâncias que nos provocam saudades chega para arrancar sorrisos e até gargalhadas. Tem um irmão pequeno que só trata por "imbécil" e que tem um problema de ranhos. Tem uma mãe com a mão pesada e um avô adorável. O Manolito (e os disparates em que se mete) poderíamos ser todos nós, especialmente os que cresceram e frequentaram a escola nos anos noventa e com a liberdade que ainda existia para bricarmos na rua com os nossos amigos ou para irmos sozinhos às suas casas. 

E se isto não chegar para convencer-vos, digo-vos que estes livros, ou melhor, que esta colecção venceu o Prémio Nacional de Literatura Juvenil, o que sempre pode querer dizer alguma coisa. Também o ilustrador recebeu, pelo conjunto da sua obra, o Prémio Nacional de Ilustração. Por tudo isto, porque são bons livros de literatura infanto-juvenil e porque ler livros  escritos originalmente para os mais jovens só nos faz bem, a menina sugere isto. Todos nós já fomos (ou ainda somos) um pouco Manolitos. 

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