Não foi um livro que tenha amado, como aconteceu com outros. Estou para aqui a tentar lembrar-me da história e não consigo. Só me lembro de ter uma personagem principal meio amalucada, com um nome estranho, e de ter partes cómicas, mas de uma comicidade muito sarcástica e contida. Lembro-me de que tinha um crime e de uma cena passar-se num cemitério. Mais nada. Lembro-me de que a minha colega decidiu comprá-lo assim, do nada, só de olhar para ele. Foi talvez a única vez em que considerei estranho, muito estranho, alguém querer ler o mesmo livro que eu.
domingo, 9 de junho de 2013
Ler o mesmo livro que eu
Ando a ponderar vender alguns dos livros que tenho e que já não quero (só ainda não descobri muito bem como o vou fazer). Estava, por isso, a dar uma espreitadela às estantes quando me deparei com um livro que li há exactamene um ano e que era o que andava comigo por alturas dos exames nacionais do ano passado. Lembro-me de que então o levava debaixo do braço para a escola num dia em que ia, com uma colega mais velha, vigiar o exame de Matemática do décimo segundo ano. Lá deixei o livro posto em sossego enquanto dava as malditas voltas à sala durante horas. No fim, a minha colega, com quem nem falava muito, perguntou-me o que andava a ler. Disse-lhe. Perguntou-me se era bom. Respondi-lhe que tinha alguma graça, mas que não era nada do outro mundo. No minuto seguinte está ela a sacar de um bloco para apontar o título do livro e os nomes da editora e do autor. Fiquei a olhar para ela, até que me diz "Preciso de qualquer coisa para ler no Verão. Vou arranjar este."
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Sou muito possessiva com os meus. Não era capaz de os dar. A minha mãe esteve anos a tentar convencer-me a dar os meus livros infantis e eu nunca cedi. Acabou por despachá-los para o meu primo mais novo contra a minha vontade. Ainda posso ir olhar para eles de vez em quando, mas temo pelo seu destino final!
ResponderEliminarTambém o sou com os meus, mas há livros e livros. Cá em casa existem mais de mil livros meus. Se os adoro a todos? Não. Alguns comprei-os e depois fui adiando a decisão de os ler até ao ponto de já não me interessarem. Também já tive gostos que hoje não tenho e não voltarei a ter, por isso esses livros estão a mais e deviam desocupar-me o espaço que andam a usurpar. Agora, claro que há livros que nem sequer empresto, quanto mais dar ou vender.
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