terça-feira, 4 de junho de 2013

Do que os miúdos ouvem

Hoje estava na sala dos professores a ver uns livros que haviam chegado, quando ouvi sem querer uma conversa entre três miúdos do quinto ano, na qual um falava e os restantes ouviam. Ora, assim de repente ouvi «casa em meu nome», «quando morrer eu é que vou ter de ajudar», «dinheiro», enfim, coisas que não se esperam ouvir da boca de um menino de dez anos. Larguei os livros, fui lá e perguntei «Então, mas estás com problemas de finanças, é?». Bom, o menino lá me explicou que o avô está muito doente («entre a vida e a morte», acrescentou um nada exagerado colega) e vai ter de ser operado ao coração. Mas como o avô é que «sustenta» a família toda, estão (ou pelo menos o miúdo está) com muito medo de que ele não resista, deixando todos os que dele dependem em grande aperto financeiro.
 
Expliquei-lhe, então, que era normal preocupar-se com a saúde do avô, por ser alguém de quem gosta. Porém, não devia estar a pensar no resto pois esse é um problema de adultos que só os adultos poderão resolver. Às crianças o que é das crianças e aos crescidos o resto. Lá ficou mais sereno (não sei por quanto tempo), mas fiquei a pensar nisso. O que o miúdo disse e transmitia com tanta veemência aos colegas foi, provavelmente, ouvido em casa pelo meio de conversas de adultos. Numa cabeça de dez anos, tudo ganha proporções descomunais e, se o assunto não for devidamente explicado, acontecem coisas como esta. De um modo geral, acho que existe pouco cuidado naquilo que se diz perto de crianças. Acho que facilmente os adultos se esquecem de que eles têm um par de ouvidos geralmente em muito bom estado e que apanham tudo, não tendo, porém, a habilidade para tratar devidamente a informação. É fácil perceber a ansiedade em que estava aquele rapazito. Difícil é fazer perceber que esse estado era facilmente evitável.

3 comentários:

  1. Eu sei que isto é um comentário muito inoportuno, mas é que isto da informática é uma coisa que também me intriga. hehe... Reparei que ainda tens na barra aqui ao lado o link velho do blog "A Pipoca Mais Doce". Nem sequer tentaste mudá-lo ou tentaste, tal como eu, pôr o novo do sapo e o tipo teima, tal como me aconteceu a mim, em reencaminhar para a página que já não existe? Às vezes acho que estas máquinas têm vida própria! God!

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    1. Eheh... Uma questão inesperada, sim. :) Olha, eu tentei mudar, mas por alguma razão manteve-se o endereço antigo. Também não percebi: copiei o link novo e guardei a alteração, mas não deu em nada. Agora quando quero espreitar o blogue procuro-o no google. No entanto, para ser-te muito sincera, também já gostei mais do blogue do que o que gosto. Vai para ali muita prepotência e desde que ganhei lá um prémio que nunca recebi, fiquei de pé atrás. Ela escreve bem, não há dúvida, mas fiquei farta de alguns temas. Gosto dos posts que ela escreve sobre coisas do dia-a-dia, dos outros nem tanto.

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  2. Eu consegui finalmente alterar. Um belo dia tentei de novo, e pimbas! Mudou.
    Quanto ao blogue, acho que, sendo dos mais famosos e conhecidos, conseguiu não sucumbir completamente à publicidade e às marcas - há alguns que se tornaram impossíveis. E sim, esses também são os posts que mais gosto, principalmente os que levam pequenas doses de humor sarcástico de que eu sou fã. :)

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