Confesso que estava um bocadinho triste por não poder ir ao concerto dos Bon Jovi. Como fã desde pequenina (verdade, verdadinha), nunca ter ido a um concerto dessa banda e perder mais uma oportunidade andava a aborrecer-me um bocadinho. Contudo, depois de ouvir o que ouvi ontem, fiquei muitíssimo satisfeita por não ter gasto um único cêntimo para ir ver o jeitoso do Jon Bon Jovi. Pois parece que, ao longo desta digressão, a banda passará por Madrid, onde não será cobrado pagamento devido à crise sentida e vivida no país. Ora nós, portugueses, como povo endinheirado que somos, fomos simpaticamente convidados a pagar de cinquenta e nove euros para cima. É justo.
Portanto, ou aqueles senhores sabem muito pouco sobre Portugal ou acham que somos muito totós. Os espanhóis estão mal, sem dúvida, mas nós estamos assim tão melhores ao ponto de podermos pagar balúrdios por um concerto? O gesto para com os nuestros hermanos é simpático, mas vendo as coisas pelo nosso ponto de vista aborrece um bocadinho. Temos ordenados da tanga, gente desempregada em barda, não temos dinheiro para mandar cantar o cego (quanto mais o senhor Jon Bon Jovi), mas mesmo assim somos tidos como um país que pode muito bem pagar o disparate que era pedido pelos bilhetes.
Depois de saber isto fiquei mesmo satisfeita por não ter ido ao concerto. Continuo a gostar da banda, mas estou um bocadinho chocada com a parvoíce. Mais ainda porque pelos vistos e pelos comentários que ouvi, pagou-se muito por um concerto que nem teve o cenário que tem tido noutras cidades europeias. Fica a mensagem: em Lisboa podemos pagar muito e receber pouco. Chama-se a isto «dar-nos música».
Notinha: A imagem saiu daqui.
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