Com a Feira quase a terminar, e depois de já ter falado dela para lá de cem vezes, importa dizer que a senti diferente este ano. Mais cara, com promoções menos vistosas, com menos ofertas (como os célebres marcadores que sempre íamos recebendo pelos vários pavilhões). Notou-se a crise e, em boa parte dos dias em que fui lá, via-se menos gente do que noutros anos. Ainda assim, acredito que os fins de semana tenham sido um sucesso no que à afluência diz respeito.
No fim de contas, pode tudo estar diferente, podem os grandes grupos editoriais ir tirando, ano após ano, o habitual aspecto pitoresco da feira, mas a verdade é que ela cá está sempre para nós e nós, os leitores, cá estaremos sempre para ela. Para mim, leitora convicta e professora de Português, ver as pessoas deslocarem-se àquele parque lindíssimo apenas pela razão de que por lá se vendem livros é muito reconfortante. Ver pais a comparem livros aos mais novos é um bom sinal. Ver pessoas mais velhas a interessarem-se, também, pela leitura é muitíssimo bom. Ler é importante e já nem vale a pena repetir os benefícios que a leitura de livros e, principalmente, de bons livros, traz à nossa existência.
A Feira do Livro é um negócio. Nem discuto tal afirmação. As editoras estão ali para vender os seus produtos e despachar muito do que têm em armazém. Mas é também, e eu acredito nisso, a festa do livro e o lugar onde não pode haver vergonha nenhuma em afirmar "eu adoro ler". Com mais ou menos volumes dentro do saco, sempre acaba por vir de lá qualquer coisa, nem que sejam as memórias de umas horas bem passadas. Para o ano há mais.
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