sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Certified Bookaholics (é um facto)

Bom, parece que fui nomeada uma Certified Bookaholic e, como tal, deixarei aqui resposta a algumas perguntas que só farão sentido a quem, como eu, comer livros ao pequeno almoço. Para já deixo o selo criado para a ocasião, depois as perguntas e as respostas nas quais, desculpem, não pensarei muito senão ficaremos aqui anos, já que com tantos livros lidos...




O primeiro livro/colecção que te vem à cabeça 

Bom, é muito difícil não escrever já Dom Quixote de la Mancha, já que é aquele livro que me aquece o coração desde os dezoito anos. Mas como isso já todos sabemos e como a ideia parece ser a de revelar um pouco mais o leitor que há em quem responde ao questionário, direi, talvez, uma coleção de clássicos da literatura lançada pelo Jornal de Notícias em 2004. Conta com trinta volumes e dela fazem parte livros incontornáveis como Ana Karenina, O Idiota, Madame Bovary, Os Maias, Dom Quixote de la Mancha (a edição em que o li pela primeira vez), Romeu e Julieta, O Vermelho e o Negro, David Copperfield, Contos da Cantuária, A Cartuxa de Parma, Os Três Mosqueteiros, Nossa Senhora de Paris, Quo Vadis, entre outros. Ainda que tenha algumas gralhas, é uma colecção que me dá muito gozo ter porque me parece que ali, em trinta livros mais longos ou mais finos, está um mundo literário que todos devemos ler enquanto por cá andarmos. Há muitos mais textos aos quais não podemos virar as costas, mas naquela colecção já está uma parte deles.

Um livro que dizes a todos para não ler 

Perdoem-me, mas não consigo ficar só por um livro. Talvez os que me arrepiem mais sejam mesmo os de auto-ajuda. Aquela coisa de uma pessoa ter as respostas para tudo e achar que tem de ensinar os outros desgraçadinhos a viver deixa-me possessa. Mas além desses, desaconselho Nicholas Sparks, a saga Twilight, tudo o que pertença à colecção As Cinquenta Sombras de Grey e qualquer literatura cor-de-rosa que vos ocorra.

O livro mais caro e o livro mais barato que tens (oferecidos não contam) 

Tenho um romance de George Eliot que me custou uns módicos trinta e cinco cêntimos. Julgo que seja o livro mais barato que comprei até hoje e duvido que consiga outro assim. O mais caro pago por mim terá sido, penso, Os Romances de Machado de Assis, que, com dez por cento de desconto, me ficou em setenta e um euros e cinquenta e cinco cêntimos.

Conto de fadas favorito 


Não tenho nenhum conto de fadas preferido. Posso dizer, pelo menos, que prefiro lê-los nas versões originais e não nas adaptações que tendem a dourar a pílula. Os originais chegam a roçar o terror. Mas se em vez de conto de fadas puder falar de um livro para crianças, então o meu favorito será O Feiticeiro de Oz.


Top 3 das tuas personagens favoritas (sejam principais ou não) 


Fazendo batota mais uma vez, a minha personagem favorita... são duas. O par mais conhecido da literatura: D. Quixote e Sancho Pança. Depois talvez deva eleger o Sr. José de Todos os Nomes (José Saramago), o Edmond Dantès, mais conhecido por Conde de Montecristo e Heathcliff, o vilão de O Monte dos Vendavais que é tão mau, mas tão mau que só pode ser uma das personagens mais bem construídas de sempre. Ah, e o jovem David Copperfield, do romance com o mesmo nome, escrito por Dickens. Ups, ultrapassei as três personagens...


Top 3 das personagens de que menos gostaste (sejam principais ou não) 


Detestei a personagem de Simão Botelho em Amor de Perdição porque quando podia ter fugido com a sua amada, preferiu ficar por uma questão de honra e deu cabo de tudo. Detesto o Bacharel Sansão Carrasco porque é ele o responsável pelo fim das aventuras de D. Quixote e Sancho Pança. Também não gostei da personagem principal e narrador do romance O Indesejado, porque parece um tarado obcecado que não deixa os outros em paz.


Top 3 de lugares que existem só em livros que gostarias de visitar 


Iria com todo o gosto à Ilha da Baratária, onde Sancho será governador durante pouquíssimo tempo. Também gostaria de visitar o País das Maravilhas no qual se perde Alice. Por fim, acho que andaria pela estrada dos tijolos amarelos juntamente com Dorothy e os seus companheiros que seguiram um largo percurso a caminho do lugar onde encontrariam Oz. Mas Hogwarts e o lugar para lá do muro em que se perde o João Sem Medo também mereciam uma visitinha.


Uma personagem que trarias à vida real 

Não traria nenhuma. Julgo que fazem sentido nas páginas dos livros e que a vida real, pelo menos esta que hoje temos, não é para elas. 


Um livro que te fez feliz 


A Casa dos Espíritos, de Isabel Allende, fez-me feliz no sentido em que foi daquelas leituras compulsivas que raramente me acontecem. O Stoner, apesar do fim tão triste, também me fez feliz porque é um livro tão bom que encontros com textos assim são raros. Nessa linha de raciocínio, A História Secreta, de Donna Tartt, também me encheu as medidas, assim como O Conde de Montecristo, de Alexandre Dumas.


Um livro que te fez chorar 


Não costumo ler nada que saiba que poderá fazer-me chorar. Mas já fui apanhada desprevenida... Com o Harry Potter vi-me e desejei-me para não soltar uma lagriminha quando morreu o Dobbey.


Um livro que te fez pensar


Todos os livros de Saramago que li deixaram-me a pensar. Contudo, há dois que o conseguiram de forma mais persistente: Todos os Nomes e Levantado do Chão, sendo que este último tem uma descrição de alguém a morrer que é, para não dizer mais, brilhante. Acho que o Saramago não escrevia uma linha que não tivesse como missão abanar a cabeça do leitor e pô-lo a pensar.


Um livro que te fez rir 


Dom Quixote de la Mancha, Cordeiro - o Evangelho Segundo Biff, A Segunda Vinda de Cristo e os livros de viagens de Michael Pallin.


Pior adaptação cinematográfica de um livro 


Para mim, todas.


Livro(s) que vais ter que reler 


Normalmente não releio nada, mas a acontecer serão as tiras do Calvin & Hobbes, a colecção Harry Potter e o Dom Quixote de la Mancha.


Um livro que te fez voltar uma página atrás devido ao choque 


Talvez Os Maias. Foi o único capaz de me chocar ao ponto de tirar-me o sono.


Um livro que aches que esteja incompleto


O Indesejado, de Sarah Waters.


Um livro com um final inesperado 


Talvez O Primo Basílio. Esperava que, de alguma forma, acabasse melhor.


Um livro que terminou num cliffhanger 


Não me recordo de nenhum.


Um livro com um final de arrancar cabelos 


Não é bem pelo final, mas pela burrice de uma personagem: os livros das aventuras do capitão Alatriste fazem-me arrancar cabelos porque constantemente assisto aos disparares que decidem e que fazem e que só os conduzem a problemas gravíssimos. Claro que sem isso não existiriam os livros...


Uma citação importante 


"Todas as famílias felizes se parecem umas com as outras, cada família infeliz é infeliz à sua maneira." (Ana Karenina)


Uma música perfeita para ler


Sem música.



E está feito!

3 comentários:

  1. Eu gosto bastante dos "contos de fadas" originais. Mais os dos Irmãos Grimm que os do Anderson (esses são mesmo arrepiantes porque, apesar de não serem grutescos e cheios de monstros horríveis como os de Grimm, são muito mais cruéis psicologicamente).
    E depois há o Biff ^^
    ***

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    1. O Biff é fabuloso. Mas nunca consegui convencer ninguém disso e olha que bem tentei. Lê, do mesmo autor, o O Anjo Mais Estúpido. Não é melhor que o Biff, mas vale a pena.

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  2. Não é, não. Lemos tanta coisa ao longo da vida que acabamos por misturar tudo e esquecer alguns pormenores. Até alguns livros que tinham coisas que nos desagradavam passam a ser perdoados pelo tempo e pelo esquecimento. É por isso que é difícil este exercício de memória. Mas ao mesmo tempo sabe bem fazê-lo. :)

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