segunda-feira, 21 de setembro de 2015

As unhas

Ando há tanto tempo para falar de um tema tão de gajas quanto... as unhas. Ora, eu sou criatura que gosta de ver mãos bonitas, mas que é incapaz, repito, INCAPAZ de ter umas mãos bem cuidadas. Em tempos ainda tentei, juro que tentei, e até fui fazer gelinho umas três vezes e unhas de gel uma vez. O resultado era catita (tirando quando fiz as unhas de gel que achei a coisa mais desconfortável do mundo), mas o problema foi quando desisti de ir arranjar as unhas e verifiquei que as tinha, basicamente, a desfazerem-se. Estavam fracas, secas e demoraram bastante tempo a voltarem ao normal. Juro que admiro quem tem sempre verniz de gel nas unhas, sem lhes dar uns tempinhos de folga. Devem ter umas unhas de ferro porque as minhas, coitadas, são de papel!

Contudo, ainda queria aqui dizer uma coisa: se admiro quem consegue ter sempre as mãos perfeitinhas e as unhas imaculadamente arranjadas, admiro ainda mais quem consegue sair à rua com as unhas cheias de brilhantes, com apliques, com (ouvi dizer) piercings, com desenhos (tais como abóboras, árvores de natal, ursinhos, renas... sim, já vi disto tudo), com unhas todas diferentes umas das outras... É que é preciso coragem! A natureza deu-nos dez coçadeiras na ponta de cada dedo e nós, capazes de coisas impensáveis, olhamos para elas como telas em branco que importa colorir, não importa como nem por quem, não interessa se a originalidade é, no fim de contas, pinderiquice do pior, não importa. O que interessa é (des)arranjá-las. Também gosto muito da tendência que surgiu de destacar as unhas do dedo anelar, como se um dedo pudesse ser promovido a um estatuto diferente do dos outros dedos. O pessoal não teme que as restantes unhas se revoltem? É que é esse dedo que recebe os melhores anéis e, no fim de contas, ainda acaba com uma cor diferente, com uma argolinha (o que numa unha faz todo o sentido), pejada de brilhantes, com bonecada (ah, a Hello Kitty numa unha... e é porque a Violeta não cabe!), e por aí fora. Bonito bonito era favorecer o dedo da asneira: tornaria os insultos no trânsito muito mais glamorosos.

Por fim, e já que estamos numa de unhas, dar conta do facto de que sou oficialmente unhas de fome. Além de ter quase ficado sem as minhas dez coçadeiras superiores devido ao verniz de gel, fiquei sem os trocos que gastava para as arranjar. E hoje pergunto-me como foi possível autorizar-me a gastar dinheiro (que nem me parece tão pouco assim) para me pintarem as unhas de cor-de-rosa (nunca fui de variar muito), sendo que a beleza inicial da coisa mantinha-se, no máximo, durante uma semana. Dez ou quinze euros para no final de umas duas semanas ter de regressar para a manutenção... Sei de quem gasta muito mais e que se permite a umas três horas de lima, químicos e forno. Eu, apesar de continuar a admirar umas mãos bonitas, digo que já dei para esse peditório. Uma pena já que o meu maior sonho era desenhar uma chinchila com uma tiara e dois artigos da Constituição da República em cada anelar.

1 comentário:

  1. Eu sou muito preguiçosa a arranjar as minhas unhas. Mas, de vez em quando, lá acontece. Creio que o problema é que não vejo quase tv nenhuma, daí que não tenho desculpa para estar duas horas com as ganfias levantadas tipo louva-a-deus.
    Sou eu que faço as minhas próprias unhas. Nada de mais, corto, limo, e pinto. Mais nada. Felizmente as minhas unhas são muito fortes, daí que não tenho que fazer nenhum tipo de manutenção/cuidado especial. Como raramente uso cor nas unhas, a base basta para fazer o figurino, e como tenho as unhas bastante branquinhas, parece que até fui a uma especialista fazer manicure francesa.
    Muitas pessoas já me perguntaram se são unhas de gel. Eu acho óbvio que são naturais, mas eu nunca as tive de outro modo =P Acho um desperdício de dinheiro fazer gel, especialmente porque, passada uma ou duas semanas, especialmente se as unhas crescerem rápido como as minhas, as "falhas" de crescimento ficam mesmo muito feias.
    Mas vá, são gostos =P
    ****

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