Hoje comemora-se o Dia Mundial da Criança e por isso passei a tarde numa festa para os mais pequenos. Havia várias actividades e paparocas boas (só provei um pedacinho de pizza e era boa). Mas aquilo que me faz vir aqui «quixotar-me» não é a festa, nem as guloseimas. Venho, sim, contar-vos a atitude de uma aluna minha que em determinada altura se sentou ao meu lado. Sobre uma mesa havia uns novelos de tecido de diferentes cores e as professoras com talento para isso (não eu) estavam a fazer pequenos objectos descorativos com aqueles materiais. Ora, aquela aluna senta-se comigo e ensina-me um tipo de entrançado que eu não conhecia e que me deixou fascinada a aprender com ela. Ela lá me ia explicando, enquanto com muita destreza mexia as várias partes do tecido. Propus-lhe que fizesse daquilo uma pulseira, acrescentando-lhe uma missanga. Ajudei-a a fazê-la passar pelo tecido e disse-lhe que agora se fechasse bem com um nó, ficaria com uma bela pulseira. Pus o tecido entrançado em volta do pulso dela, mas ela não quis.
- Ponha no seu.
Pus e ela terminou o trabalho. Quando a ia tirar para lha dar, dando-lhe os parabéns pelo belo trabalho, ela diz-me:
- É para si: fique com ela.
Aceitei. Não porque me veja a usá-la muitas vezes, não porque seja um acessório de fazer inveja, mas porque foi um presente feito com carinho para mim, por uma aluna que me tem mimado muito. Fizemos a pulseira em conjunto: eu dando uma ideia, ela dando outra, mas aquele trabalho é dela e ela, uma miúda de doze ou treze anos, deu-ma a mim sem hesitação alguma. Vim para casa trazendo-a no pulso e acho que ainda a voltarei a usar. No Dia Mundial da Criança a criança é que me deu um presente a mim.
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