Ontem, conversando com professoras sobre esta polémica em torno do exame nacional de Português do 12.º ano, lembrei-me de uma aluna que, na manhã da prova, me perguntou o seguinte:
- Stôra, se sair que tenho de escrever entre oitenta a cento e vinte palavras, quantas palavras escrevo?
Nem queria acreditar na questão, mas lá lhe respondi que escreveria um qualquer número de palavras desde que esse número se situasse entre oitenta e cento e vinte.
Pensei que não haveria dúvidas, embora soubesse que esta menina é dada a ultrapassar à grande e à francesa os limites de palavras impostos pelo enunciado. Contudo, antes do final da aula de revisões, lá voltou à carga:
- Stôra, mas se puserem entre oitenta e cento e vinte palavras, escrevo quantas palavras?
A minha alma estava parva. Disse-lhe:
- Escreves oitenta, oitenta e uma, oitenta e duas, oitenta e três, oitenta e quatro, oitenta e cinco, oitenta e seis, oitenta e sete, oitenta e oito, oitenta e nove... Qualquer número desde oitenta até cento e vinte.
Já a arrumar pergunta-me o mesmo e foram as colegas que a levaram dali porque acharam também aquilo tão bizarro que resolveram calar-lhe o pio. Honestamente, já me perguntaram coisas tolas, mas aquela na manhã de um exame bateu tudo. Se me pergunta isto para o exame de Português, imagino como terá feito o de Matemática. Caramba, vê-se cada coisa...
matemática para essa menina, ta quieto!
ResponderEliminarÉ uma coisa trágica porque esta menina, bem vistas as coisas, nem Matemática nem Português já que além de não saber contar de 80 a 120, também não consegue perceber um enunciado escrito em bom Português. No final do 12.º ano isto é assustador. :S
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