domingo, 15 de outubro de 2017

Kindles, Kobos e afins

O diário espanhol El País publicou na sexta-feira passada um trabalho em que comparava os vários leitores de ebooks disponíveis no mercado, seguindo parâmetros como a autonomia, o conforto, o peso, entre outros. Em Portugal vejo poucas pessoas a utilizarem estes dispositivos (e a ler, em geral), mas em Espanha vê-se muita gente nos transportes públicos a lerem no seu Kindle ou no seu Kobo. E o melhor: são pessoas das mais variadas idades, o que é realmente fascinante. Considerando que estes aparelhos permitem geralmente o aumento do tamanho de letra, acabam por ser muito bons para quem tem problemas de visão que dificultem a leitura do livro no seu formato tradicional.

Este artigo conclui que no que diz respeito à relação qualidade/preço, o Kindle Paperwhite é a melhor escolha. É aquele que uso há talvez uns três anos e, de facto, recomendo-o. É leve, não cansa a vista e permite ler em condições de luminosidade baixa. Como o ecrã tem luz própria, podemos ler na cama sem incomodar quem está ao lado. 

Mas este artigo ainda refere outras marcas. Há quem prefira os Kobos por aceitarem o famoso formato EPUB que o Kindle não lê (algo que um conversor como o Calibre resolve facilmente), ou mesmo por existirem modelos com ecrãs bem grandes. Enfim, é um excelente texto para quem ande a pensar na possibilidade de arranjar um aparelho destes, mas não sabe bem por qual optar. Além disso, deixa bastante claro que ler nestes dispositivos é possível. Ainda existem muitas pessoas que acham que este tipo de leitura cansa a vista ou que é como ler num tablet (o que é muito pouco confortável, diga-se). Por experiência própria digo-vos que não é o mesmo que ler num iPad, por exemplo. O Kindle, que foi o que sempre usei, é confortável, não causa dores de cabeça e, tanto quanto me tenho apercebido, não dá cabo da nossa visão. Claro que é necessário algum hábito para estes dispositivos ocuparem um lugar confortável nas nossas vidas. Inicialmente, pode ser um pouco estranho. Está provado que temos menos atenção durante a leitura de um livro digital do que de um livro em papel. Porém, pela minha experiência, posso assegurar-vos de que com o tempo, com o uso, os níveis de atenção e de concentração aumentam. O aparelho, ou melhor, a sua qualidade também têm grande influência sobre a leitura. Em 2012 eu ainda usava o velhinho Kindle sem luz e com teclado (vejam aqui a quixotada sobre ele nessa altura). Já o tinha desde 2010 e confesso que não estava tão habituada a ele como estou agora ao modelo Kindle Paperwhite. A qualidade de um e de outro é incomparável e isso afecta a comodidade da leitura. Se na altura, como disse na tal quixotada, nunca lia dois livros seguidos no Kindle porque me cansava, agora posso dizer-vos que estou sempre a ler em simultâneo um livro em papel e um livro no Kindle. Leio todas as noites no Kindle antes de dormir e nem por isso perco o sono. Muito menos chego ao fim do livro com a sensação de que não lhe prestei a devida atenção. As coisas evoluem e, neste caso, os leitores de ebooks têm melhorado consideravelmente com o tempo, tornando a leitura mais confortável do que o que sucedia com os modelos mais antigos e sem o ecrã luminoso. 

Mas melhor do que o que eu possa dizer aqui, já que só conheço Kindles, é lerem as conclusões a que chegaram na redacção do El País e que estão bem descritas aqui. Opções não faltam, mas o mais importante é mantermos na mente o seguinte: ter um e-reader não implica deixar de ler os livros em papel. Uma coisa coexiste com a outra. O Kindle é perfeito para levar em viagens e para ler de noite. Contudo, para a praia levo sempre um livro em papel, já que a areia far-lhe-á menos estragos do que num dispositivo electrónico. Não temos de escolher um e deixar o outro: livros em papel e ebooks podem fazer parte da nossa vida ao mesmo tempo, enriquecendo-a e não o contrário.

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