segunda-feira, 28 de maio de 2012

Pondo os pontos nos "is"

Hoje, véspera de teste, um aluno meu estava inspiradíssimo após ouvir uma conversa de dois colegas sobre os círculos e os corações que algumas pessoas fazem como pintas dos "is". Ora, a determinada altura resolve informar-me de que a partir de hoje vai passar a fazer «carrinhos» como pontos para tais vogais. Mas depois corrige: «não, não: vou passar a pôr cogumelos em cima dos "is"!». Neste momento já eu ria a bom rir. Podia lá imaginar que aquele miúdo, normalmente tão pacato, ia continuar e propor uma nova moda:

- Já sei, professora: a partir de agora em cima dos "is" vou escrever Os Lusíadas!

Bem, morri. Ri, ri, ri, ri, ri ao imaginar aquela alminha pequena a parir «As almas e os barões assinalados / que da ocidental praia lusitana / por mares nunca dantes navegados / passaram ainda além da Taprobana» e mais os restantes milhares de versos em cima de um singelo "i". Lá sabia ele o que estava a dizer. Eu bem lhe tentei explicar que precisaria de um caderno inteiro só para pôr o ponto na vogal, mas ele disso não quis saber. Enfim, chegou ao fim da aula dizendo que a partir de agora:

a) Concluiria todas as suas frases com o seu primeiro nome;

b) Terminaria todas as frases com o seu último nome;

c) Colocaria a sua opinião sobre as respostas que dá nos testes sobre os "is".

O que eu me ri! Ainda por cima fez alguns dos desenhos em cima dos "is" para me mostrar as suas invenções. Teve mesmo muita graça, contudo amanhã, pelo sim pelo não, antes do teste é melhor lembrá-lo de que umas singelas pintas são mais do que suficientes em cima de uns pobres "is".

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