Hoje ia eu no autocarro (essa fonte permanente de histórias) quando entram uns rapazolas (que não devem andar muito longe da minha idade, mas enfim) alunos de uma escola de Lisboa. Sei que frequentam aqueles cursos que têm uma sigla muito conhecida e que servem para amarrar na escola boa parte dos adolescentes que não têm qualquer talento para aprender e nenhuma vontade de trabalhar (felizmente há excepções, mas vão sendo raras). Ora, dizia eu, entram essas pérolas no autocarro e aquilo de repente vira o inferno. Música aos berros, hominídeos aos urros, narrativas de episódios de violência gratuita, enfim, todo um chorrilho de bosta. Mas o melhor, ai gente, o melhor é que aquela cambada de boçais ia comemorar não sei para onde o facto de serem finalistas. FINALISTAS de uma javardice de um curso que fazem aos empurrões, a armar zaragatas diariamente, a recusarem-se a estudar o mínimo que seja, a transformarem a vida dos professores num inferno, a infernizarem também os sítios para onde vão estagiar, enfim... Não são alunos de nenhuma escola em que dê aulas, mas as peças são bem conhecidas aqui na zona e, portanto, o facto de irem no autocarro a zurrar que eram finalistas enquanto incomodavam todos os outros desgraçados que com eles partilhavam o espaço, chega a ser deprimente. Finalistas de quê? De uma coisa em que não se chumba? Grande coisa: isso até o meu tigre de peluche, cujos miolos são de esponja, conseguia. E uma coisa é certa: ele é muito mais educado, muito menos azeiteiro, muito mais inteligente e muito menos arruaceiro. Ao pé daquilo merecia um Doutoramento Honoris Causa e uma viagem de finalistas ao Dubai!
Amei esta descrição, acho que levaste para dentro do autocarro. A pergunta que faria é a mesma, finalista de quê? Andam estas pessoas festejar o facto de fazer nenhum durante uns tempos,e no final ainda festejam? Ora que bem.. é disto que gosto no nosso país. Enfim..
ResponderEliminarencontrar gente dessa no autocarro é a minha vida. é cada um pior que o outro.
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