Isto de ler García Márquez no original tem muito que se lhe diga. Há algumas palavras que me escapam, é certo, contudo a edição é boa e com muitas notinhas que ajudam. Cada vez me convenço mais de que há verdadeiros tesouros entre os escritores de países da América latina. Aquela componente de magia que adicionam aos seus textos e as notinhas de humor, às vezes subtis, mas frequentemente bem óbvias, são muito bem-vindas. Vê-se que é gente bem disposta que conta grandes histórias de um modo magistral. Este livro vai sendo maravilhoso.
Já o Manhã Submersa é a minha leitura de autocarro e de pré-soninho. É a história de um miúdo que estuda num seminário, mas que tem tanta vocação para padre como eu. Alguém endinheirado quer, ou melhor, exige que ele estude para ser um ministro do Senhor e nem pensar em não realizar tal vontade. Portanto vemos o que vai sucedendo dentro daquela instituição, como os miúdos se descobrem, como a sociedade vê os seminaristas, entre outros aspectos. Vergílio Ferreira não era um autor de boa memória para mim: a Aparição, que li no 12.º ano, não me deixou lá muito satisfeita. Contudo, os anos passam e já fazia falta voltar ao senhor para confirmar ou não a minha repulsa pela sua escrita. Ainda chegará o dia em que volte a tentar Camilo Castelo Branco que é outro de péssima memória para mim: aquele Amor de Perdição ainda hoje me faz uns nervos...
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