quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Harry Potter: já cá canta, mas...

Já tenho há uns dias o novo livro Harry Potter e a Criança Amaldiçoada. Ao contrário do que aconteceu com os outros sete volumes da saga, este livro manteve-se dentro do saco no exacto sítio onde o pousei quando o trouxe para casa (até que o tirei para a foto). Estou, por agora, com pouca curiosidade para lê-lo, o que talvez não seja assim tão estranho.


Li o primeiro volume da colecção ainda antes de entrarmos no novo milénio, ainda antes de se tornar, também em Portugal, num enorme fenómeno. Li-o e tenho-o ainda na edição mais antiga:


Claro que o que aconteceu a seguir foi um fenómeno que só os outros fãs de Harry Potter conseguem compreender: uma corrida para comprar os próximos livros disponíveis, que naquela altura ainda eram poucos, pois a autora ainda estava a escrever a saga. A febre foi tanta que, tendo a FNAC apenas um volume disponível de A Câmara dos Segredos, comprei o que tinha, embora exibisse uma valente dobra na capa. Que se lixassem as mariquices com os livros: eu queria era saber como continuavam as aventuras de miúdos feiticeiros numa escola muito mais fixe do que a minha. E assim lá fui andando de livro em livro até chegar ao último. J. K. Rowling disse que não voltaria a escrever sobre Harry Potter e dedicou-se aos policiais e, por isso, perdi a esperança de voltar a ler sobre aquelas personagens que nos acompanharam durante tantos e tantos anos.

Agora saiu este livro e tenho o receio de que não esteja à altura. O que lhe precedeu foi tão bom, tão perfeito que agora temo o que daí venha. Também o facto de estar habituada a ler Harry Potter em texto narrativo faz-me agora desconfiar de uma continuação em texto dramático (que é, aliás, o guião da peça que efectivamente se fez com as personagens que tão bem conhecemos). Por outro lado, também tenho secretamente aquele desejo de prolongar a possibilidade de ler o livro. Ler um livro pela primeira vez é um luxo que, claro, só acontece uma vez com cada livro. Quando a história é boa, até há a vontade de andar para trás no tempo só para a lermos pela primeira vez novamente. Por isso, vou esperar que a vontade venha. Por agora ando ali às voltas com A Tia Tula, de Miguel de Unamuno, e com outro de que vos falarei depois e que é booooooooom. Mas depois...

1 comentário:

  1. Ainda não comprei o meu exemplar, porque não o vou ler para já de qualquer maneira. Vou esperar uns meses (valentes) para que fique em promoção, ou que apareça numa feira de usados a um preço simpático. Até tenho quem me empreste a versão original em inglês, mas eu queria ler o "meu" livro.
    De todo o modo, entendo o teu dilema. Querer saber o que se segue é uma coisa muito forte e avassaladora mas, ao mesmo tempo, temos aquele sentimento do "nada vai ser igual, muito menos melhor, daquilo que já foi feito".
    ***

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