Se olharmos bem à nossa volta, fala-se muito pouco de livros. Na televisão quase nunca, nos jornais cada vez menos, assim como nas revistas e na rádio. Os livros são, cada vez mais (ou assim parecem), um prazer proibido, mudo, raramente partilhado. Assim, todos os espaços em que ainda possamos falar deles são bem-vindos. Mesmo que o espaço seja um blogue pouco conhecido, com algumas visitas que provavelmente até se fartam de ver tantas vezes a palavra "livro" nos seus textos.
Este passatempo que agora chegou ao fim teve isso de bom: trouxe para o dia-a-dia de alguns blogues aquilo que é uma paixão não apenas minha, mas nossa. Pode até, em alguns momentos, ter pecado por ser repetitivo, mas acho que soubemos dar a volta ao assunto e, mesmo quando era inevitável repetir a referência a um autor ou a um título, acrescentar novos aspectos interessantes e novos pontos de vista.
Foram quarenta dias em que olhámos particular e profundamente para alguma coisa que faz parte da nossa vida de todos os dias. Confesso que tive de ir algumas vezes para junto das estantes para procurar uma resposta ao desafio do dia. Nem sempre me lembrei à primeira das personagens a referir ou do livro a seleccionar. Convenhamos que já lá vão muitas páginas, muitos títulos e, por isso, aqueles que não ficaram irremediavelmente na memória precisam de alguma ajuda para regressar. Mas até esse esforço extra (que só pecou por calhar em altura de muito trabalho) foi bom. Parar e pensar em livros nunca é mau e só faz bem. Dos passatempos literários em que participei, este foi, talvez, o mais completo.
Agora termina, mas os livros terão aqui sempre lugar. Nem este blogue existiria sem eles.
Nem o meu existiria sem livros. Vai deixar saudades, este desafio
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