Há uns dias vi que uma pessoa havia colocado no seu facebook uma fotografia de si própria assinando um documento. Assim de repente parece não ter mal nenhum. E não teria se não se desse o caso de bastar um clique na foto para, em qualquer computador, smartphone ou tablet ficarmos com acesso ao que estava escrito no documento que a mãozinha delicadamente assinava. E o que constava da folha? Entre outras coisas, a morada do anjinho que achou que aquilo merecia ir para a internet.
Enfim, são escolhas. Há quem escolha viver numa espécie de «Big Brother» autorizado e apreciado e há quem não veja utilidade nisso. Muito sinceramente, se já acho muito do que se disponibiliza no facebook uma estopada de primeira, fotografar documentos com dados pessoais só para registar o momento em que se oficializa qualquer coisa é o cúmulo da feira de horrores em que as redes sociais se tornaram. Este mundo é todo muito giro e aliciante: é natural que, de repente, todos queiramos ser um bocadinho «as estrelas do pedaço» e que, assim, acabemos a expor aquilo que outrora nem sequer merecia uma olhadela. Até eu, que não tenho nada de interessante para dizer ao mundo, tenho não um, mas dois blogues! É difícil fugir destas novidades todas, deste voyeurismo constante em que sabemos tudo de todos, desde as informações mais básicas e inocentes (ou não), até àquelas que antigamente reservávamos apenas a alguns privilegiados com quem nos déssemos bem. Mas importa tentar, sob pena de, daqui a pouco, todo o mundo (com tudo o que isso implica) conseguir seguir o nosso rasto e fazer com isso o que bem (ou mal) entender.
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