domingo, 17 de janeiro de 2016

Lar

Os dois felinitos cá de casa acordam muito cedo e miam, miam, miam, miam, não porque tenham fome, mas porque querem que o dia comece, querem brincar e matar saudades das suas pessoas. Hoje fizeram-no novamente: um coro imenso à porta do quarto. Parecia que sabiam perfeitamente que hoje é domingo e, portanto, dia de comer uma bela saqueta de comida húmida. Lá me levantei aos trambolhões, preparei os dois pratinhos enquanto o felino-tigre se roçava em mim e tentava chegar ao prato antes de estar pronto. Servi o pequeno-almoço aos malandros e voltei para a cama, onde jiboiarei até à hora de almoço.

É na cama que estou agora. O dia lá fora está frio e cinzento, mas aqui dentro está muito quentinho e bonito: aninhados em mim estão dois gatinhos de barriguinha cheia e felizes. Dormem a sono solto, os bandidos. E eu, ensonada, deleito-me a olhar para eles. 

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