domingo, 10 de janeiro de 2016

É muito bom, mas...

As festas são maravilhosas, mas o pós-quadra-festiva é uma chatice de todo o tamanho. Mas vamos por partes.

Eu, fanática assumida, adoro o meu aniversário e ainda gosto mais do Natal. Da passagem de ano gosto menos, mas a coisa leva-se. Por isso, e porque sei que tudo passa a correr, o meu lema é divertir-me com a preparação destas festas precisamente por saber que no fim de contas as horas voarão e chegaremos rapidamente ao dia seguinte. Por essa razão, conto os dias para o meu aniversário, imagino como será a comemoração, vou preparando tudo, vou saboreando tudo com calma. Com o Natal o mesmo: começo a pensar no Natal mal começa o ano lectivo e depois de fazer anos entro oficialmente em contagem decrescente para a minha festa favorita de todo o ano. Por cá, até a árvore de Natal foi feita antes do dia oito de Dezembro, de modo a garantir que ficaria montada por mais tempo do que seria ‘normal’. Só foi desmontada hoje. O moço lá se dedicou a essa odiosa tarefa que é a de aumentar a sala em alguns metros quadrados, encaixotando uma boa dose de alegria.  Depois de tudo arrumado, percebemos que ficaram de fora uns quantos bonequitos que ajudaram a enfeitar a casa nesta quadra natalícia. Isso e as meias penduradas (as mesmas onde apareceram umas latinhas de atum...). Ou seja: depois da arrumação, ainda tropeçamos em itens natalícios que resistem a ser arrumados. Mais: quando fui fazer o almoço percebi que a toalha da mesa da cozinha ainda é de Natal! Mais uma que resistiu ao furacão "arrumação da quadra natalícia”. 

Contudo, não ficamos por aqui. A confusão que sobra depois destas festas familiares que sabem tão bem chega a dar vontade de rir. Por exemplo: há pratos e travessas e copos que só vêem a luz do dia durante estas ocasiões. Depois de serem utilizados e quando deixam de ser precisos, têm de ser lavadinhos e regressar ao recanto obscuro do armário onde dormirão nos restantes dias do ano. Pois, mas até que isso aconteça, andam de bancada em bancada à espera de que um de nós se farte, pegue naquela porcaria e a enfie no respectivo lugar. Tenho ali uma base que leva quatro tigelinhas para frutos secos que ainda consegue o incrível prodígio de não ter todas as quatro tacinhas lavadas de modo a serem arrumadas. Note-se que hoje o ano novo já leva dez dias. E como é que isso é possível? Não sei. Palavra que não percebi que raio de fenómeno foi este que fez com que quatro míseras tigelas de frutos secos parecessem ganhar o dom da ubiquidade, mas na versão chata da coisa.

E os presentes? Minha gente, adoro receber e dar presentes, mas depois ando eternidades até arrumá-los. Namoro-os, namoro-os, namoro-os e vou deixando que fiquem por ali. É como a louça, mas na versão presente. Com os livros até percebo, pois arrumá-los implica arranjar lugar nas estantes e isso já não é fácil. Nada fácil... Se me tivessem dado o tal Bosques da Noruega que pedi...

Portanto é isto: aliada à tristeza de ver passada uma quadra festiva que foi tão boa, fica a sensação de que a casa nunca mais vai estar arrumadinha. Vou andar a encontrar coisinhas verdes do pinheiro artificial mesmo que destrua o aspirador ao poder de passá-lo nos tapetes. Vou encontrar louças desnecessárias até Junho, provavelmente. Vou andar até Fevereiro, quase de certeza, para devolver ao armário a toalha de mesa com motivos natalícios. A estrela que enfeitou a porta de entrada e os bonequitos que resistiram à fúria arrumadora do moço vão procurar novo lugar nas próximas semanas e, provavelmente, vão ficar tão bem arrumados que em Dezembro, quando precisar deles outra vez, não vão aparecer. E é isto, minha gente. É muito bom, mas... quando acaba, custa um bocadinho.

1 comentário:

  1. Eu também ainda não desfiz a árvore de natal, mas ela é tão pequena que cabe em qualquer canto. Não sei, parece quase desnecessário, e olha que eu nem gosto do natal. Deve ser por ser tão pequena, quase parece enfeite de casa de bonecas xD No entanto, já começamos a comer os chocolates que estão pendurados, para ver se a coisa vai =P
    Mas é verdade: as prendas ficam espalhadas pela casa, numa de "recebi uma coisa tão fitxe, vou expô-la aqui num sítio qualquer para toda a gente que aparecer a poder ver!". Podiam dar-me para pior =P
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