Daqui a uns anos serei, certamente, um caso de estudo. A minha pele facial merecerá investigações académicas e, na loucura, um trabalho exaustivo que culminará num honroso Nobel ao cientista que descodificar o segredo do meu queixo. Exactamente isso: o segredo do meu queixo. E porquê?
Ora, é sabido de todas as três pessoas que lêem anualmente este blogue que existe um felino cá em casa. Acontece que o dito bicho tem, algures na sua árvore genealógica, um canino e, por isso, exibe com assiduidade comportamentos reconhecíveis em cães e tidos como estúpidos em gatos.
De manhã bem cedo, o meu despertador geme (e eu com ele), acordando metade do mundo ocidental. O Sr. Gato acorda também e cumpre religiosamente o seu ritual: vem para cima do meu peito (o facto de pesar entre os cinco e os seis quilos é relativo) e ronrona até acabar de acordar-me. O que espera ele? Receber festinhas até ficar com peladas nas partes laterais da cabeça.
Ora, ultimamente, neste processo, tem desenvolvido um novo hábito: o de lamber-me o queixo repetidamente, como costumam fazer os... cães. O que acontece é que estes não têm línguas ásperas, mas os gatos têm e muito. Assim, depois de passar a língua umas quatro vezes pelo meu queixo, já eu estou a empurrá-lo para que saia de cima de mim, enquanto sinto um desagradável ardor babado nessa zona da minha cara. Mas eis que agora percebo que, de facto, o que o Sr. Bichano está a fazer é a poupar-me problemas de pele advindos de uma má prática exfoliativa. Cuido, portanto, que devia pô-lo a fazer o mesmo em outras partes do rosto de modo a ficar 'forever young' e meter nojo de tão gira e jovem.
E é isto: um exfoliante amoroso que às seis e meia da manhã faz o esforço hercúleo de pôr a dona, que acorda com cara de joelho, a parecer muito mais bonita e com um rosto passível de ser apresentado no trabalho. É como vos digo: este segredo de beleza ainda vai fazer correr muita tinta e se este gato não fica milionário com uma empresa de gatinhos exfoliantes, então já não há esperança no mundo.
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