Infelizmente viajo muitíssimo menos do que gostaria. Porque o tempo é muito curto (embora muitos ainda achem que os professores passam a vida em férias, a verdade é que só paro para descansar durante o mês de Agosto) e porque o dinheiro também não abunda propriamente. Enfim, a verdade é que mesmo dentro do país tenho viajado pouco, coisa que me parece lastimável precisamente porque acho que viajar, conhecer novos lugares e realidades é importante e ensina muito, mais do que vários dias de aulas seguidos.
Não sendo de modo algum a mesma coisa, adoro livros com relatos de viagens e tenho uma prateleira inteiramente dedicada a esses textos. Desde Luís Sepúlveda até Michael Pallin, passando por Paul Theroux e Bruce Chatwin, são vários os autores e vários os lugares que cabem na minha singela prateleira. Patagónia, África, pólos, Brasil, Europa, Coreia... São tantos os lugares descritos e tão encantadores os relatos que os diferentes autores fazem do que viram e ouviram que apetece mesmo seguir-lhes os passos e partir. Provavelmente nem chegarei a fazer mais de metade daquelas viagens, mas enquanto leio o livro conheço mais sobre aquele lugar e aquelas gentes. Ainda que por poucos dias, a curiosidade sente-se ao mesmo tempo que se sente que a mesma está a ser alimentada. Nesta altura do ano esses livros saltam ainda mais da prateleira. Parece que o Verão aumenta a vontade de viajar, assim como também aumenta a vontade de ler (até porque é mesmo quando estou mais disponível). Por isso cheira-me que mal acabe o romance Ema, de Jane Austen, me atirarei a um destes livros e sofrerei as ânsias de querer estar onde não estou, de só querer ir onde não vou, mas também sentirei o gosto de viajar pela minha prateleira, conseguindo abranger todo o planeta só por passar o dedo nas lombadas destes livros.
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