- Mas as pessoas ainda lêem??!
Eu, que até sei como a leitura anda pelas ruas da amargura junto da população mais jovem, consegui arrepiar-me porque aquele menino tratou a leitura como uma actividade de outros tempos, não do século XXI e não de agora, mas de 1720 pelo menos. Expliquei-lhe que ainda havia quem, felizmente, largasse os jogos e pegasse em livros, mas o nó não se desfez e fui brindada com um:
- O meu pai não lê!
E é isto: o modelo não lê, logo o filho, que acha que nos pais está tudo o que precisa de saber (como é normal), encara os livros e a leitura como sendo algo que já não se pratica, que já não faz sentido numa altura em que ainda há tanto para fazer (e tantos jogos a serem lançados constantemente...).
Eu já conhecia a realidade, mas ouvi-la desta maneira, com um tom de surpresa por haver quem leia, assustou-me. O que será dos livros no futuro? E pior: como serão estes cérebros de amanhã?...
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