sábado, 5 de outubro de 2013

Estes humanos são loucos

Hoje, ao assistir ao Jornal da Noite, fui brindada com duas notícias que só não me puseram a fazer as malas para mudar de planeta porque ainda não descobri um meio de transporte que estoure comigo daqui para fora.

Ora a primeira era gravíssima. Coisa para uma pessoa ficar doente com a vida, com a imbecilidade humana, com a crueldade de mentalidades retardadas e a precisar de uma reciclagem rápida. O caso foi este: uma mulher chinesa, grávida de seis meses, viu a porta de sua casa ser arrombada, sendo de seguida levada à força por um grupo de vinte pessoas que a deixaram num hospital onde foi obrigada a abortar e a assinar uma declaração em como ela e o marido haviam concordado com o procedimento. Chamar animais a estes tipos é pouco. Aquele casal está absolutamente desfeito e eu só consigo perguntar-me onde raio anda a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Andarão os chineses responsáveis por tais actos a limpar os rabos com ela?! E o resto do mundo, pelo menos a parte que não anda para aí contra a vontade dos pais a matar bebés que ainda nem nasceram, assiste de camarote a esta nojeira sem uma palavra que seja? Mas desde quando, em que mundo e por que raio podem vinte pessoas forçar a entrada na casa e no útero de alguém?! O país tem gente a mais? E é a matar quem não tem nada que ver com isso e a destruir a vida de um casal que devia ter o direito de ter os filhos que quisesse que isso se resolve?! Ora, não me lixem! Até gostaria de um dia conhecer a China, mas depois do que ouvi hoje, nem que me saísse o Euromilhões mais recheado de sempre iria gastar um cêntimo que fosse a um lugar que trata assim a sua gente.

A segunda notícia surgiu logo de seguida e era sobre um novo programa de televisão de um canal do Reino Unido. Num programa em directo vai acontecer o que, dizem, nunca antes se viu em televisão: um casal entrará numa caixa (uma espécie de cabaninha dentro do cenário) e manterá relações sexuais. Depois de feito o serviço, sairá para fora da caixa (é mesmo assim que lhe chamam) e conversará com um painel de convidados do qual farão parte psicólogos, sexólogos e outros quejandos. O conceito assenta, pelo que foi dito, na lógica de que só se pode falar de forma sincera e aberta sobre sexo depois de este ter acontecido, porque quanto mais tempo passa, mais vamos pensando e construindo imagens mentais que se afastam daquilo que verdadeiramente sentíamos imediatamente depois do final da relação sexual. Perceberam? Pois, nem eu. A mim parece-me que se elaborou uma explicação muito pomposa para o facto simples de alguém ter achado que era giro pôr um casal a papar-se durante um programa de televisão, enquanto um painel de pseudo-intelectuais atira umas baboseiras para o ar e o restante público se entrega à imaginação do que estará a acontecer dentro da caixa.

Quanto a mim, que não posso mudar de planeta embora continue a achar que não me dou nada bem com este, só me apraz dizer que o Obelix devia alterar a sua emblemática frase. Não são só os romanos que são loucos. A versão correcta é foneticamente parecida, mas muito mais precisa e reza assim: estes humanos são loucos!

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