(Agora que a constipação melhorou ninguém me cala.)
Ontem tinha um cérebro incapaz e, por isso, não consegui pegar no livro que estou a ler (sobre o qual falarei quando o terminar). Precisava de algo mais ligeiro e por isso peguei numa versão em português do Brasil dos textos publicados por J. K. Rowling na página Pottermore. Neste site, como devem saber, a autora da saga Harry Potter conta pormenores acerca da enorme história que criou, conta-nos até aspectos muito interessantes sobre o seu processo de escrita. Por exemplo, num desses textos explica como se lembrou de fazer chegar os alunos a Hogwarts num comboio que parte da plataforma 9 e 3/4 de King’s Cross, do modo como precisou de fazer desaparecer alguns objectos da saga sob pena de eles acabarem por prejudicar a história (caso daquela ampulheta que Hermione usou em O Prisioneiro de Azkaban e que a fazia viajar até ao passado de modo a conseguir assistir a mais aulas).
Ou seja: além dos sete livros da saga, ficou muito mais na cabeça de J. K. Rowling. Ficou tudo pensado, nada foi deixado ao acaso. Mas não coube tudo nos livros e, assim, textos breves são deixados em Pottermore e nós, os embevecidos da saga, vamos podendo viver mais um bocadinho nesse mundo de feitiçaria que decorre num meio que é tão nosso: o meio escolar. Tudo foi pensado ao pormenor e é impressionante como tudo faz sentido, como a autora foi tão racional a criar um mundo que é tão pouco real. Li quase todos os textos de um dos volumes ontem à noite e não pude deixar de pensar no quão difícil pode ser para a autora deixar de escrever sobre Harry Potter quando ela criou as personagens e um gigantesco e complexo mundo para elas. Como pode alguém desligar-se de uma obra quando tudo, mas mesmo tudo, nasceu da sua imaginação? Não sei se vos consigo explicar o que quero dizer, mas comparo-o, num nível muito menor, ao que nos acontece quando escrevemos uma tese. Durante o tempo da pesquisa, o tempo das leituras e da redacção, aquele mundo é nosso. Quando fazemos uma tese, convém sermos inovadores em alguma coisa e, portanto, aquele mundo é ainda mais nosso. Depois defendêmo-la e é difícil deixarmos de sentir aquele mundo como sendo pertença nossa. Ainda hoje, e já lá vão seis anos desde a defesa, eu sou uma leoa a defender o meu tema, o meu ponto de vista e se me falarem em clássicos da literatura eu levanto logo a orelha e tenho algo a dizer. Porquê? Porque aquele foi o mundo que eu criei, o mundo em que vivi.
Acho que alguma coisa parecida acontece com uma obra da envergadura de Harry Potter. Por muito que tenha havido quem tentasse colocar-se em bicos de pés para imitar J. K. Rowling criando histórias de pequenos bruxos e bruxas desafiados para este ou aquele conflito, aquela saga é só uma. A autora, ainda que tenha tido as suas inspirações, criou tudo desde o início: quem protagoniza a obra; qual a sua história; onde decorrerá a acção; como descobrem que são feiticeiros; como descobrem que são convocados para frequentar a escola; como fazer para que a escola não seja vulnerável a ataques e a história não perca verosimilhança; como aproximar a realidade dos pequenos feiticeiros à dos estudantes da vida real para que a história seja mais próxima dos leitores... Podia passar o resto da noite a levantar dúvidas sobre a construção do livro. Os textos do site Pottermore são, parece-me, a prova de que um autor pode bem não conseguir desligar-se definitivamente dos mundos que cria. Assim, novos textos nascem e nós vamos vivendo mais um bocadinho a história de Harry Potter. Sim, porque os fãs já se contentam em saber mais sobre os fantasmas de Hogwarts ou sobre objectos mágicos. Não podendo ter mais aventuras, qualquer migalhinha nos embevece (ainda que o último livro, o da Criança Amaldiçoada ainda não me tenha convencido e esteja ali a ganhar pó).
Por isso, meus caros quixoteiros, se não vivem sem ‘potterices’, vão a Pottermore e aluguem mais um bocadinho de tempo naquele mundo fantástico onde há maus muito maus, mas onde tudo é possível.
Não és a única que viaja pelo Pottermore =) É uma forma de voltar sempre àquele universo e aprender novas coisas que estão relacionadas com ele ^^
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Faço as minhas palavras as palavras da Nightwish :) mal o Pottermore começou, eu criei uma conta (ainda tava em versão beta lol) e até agora não fiquei desiludida (fora o facto do meu patronus ser um pardal... quer dizer). Adoro o facto de ela partilhar as anotações dela sobre a maior parte das personagens... por exemplo eu sempre quis saber mais sobre a Minerva McGonagall, a minha personagem feminina favorita (já agora qual é a tua? e a masculina? Tenho sempre dificuldade em escolher uma masculina, contudo, feminina nem penso duas vezes...) que depois representada pela Maggie Smith ficou tipo uma cena para além de espectacular!
ResponderEliminarBeijinhos,
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Olha que nunca pensei muito nisso das personagens. Não sei bem... Gosto muito da McGonagall também. Se bem que acho que vou optar pelo clichê de dizer que é a Hermione. A personagem masculina talvez seja o Ron. Também gosto bastante do Neville, mas acho que é o Ron (sou um bocadinho básica). Mas agora aqui entre nós: ainda estou um bocadinho chateada por o Harry ter ficado com a irmã do Ron. Sempre a achei um ‘pão sem sal’. Vi-o sempre mais com a Luna, que era tontinha, mas que tinha personalidade e que se destacou muito nos últimos livros.
EliminarEu também achei isso... contudo aquele romance quase inexistente com a Ginny chateou muita gente...
EliminarDe facto, o que nos possa fazer voltar àquele universo dá sempre jeito porque acho que ficámos todos com vontade de mais. :) Eu continuo a achar que ela tem tantas ideias que podia pegar nos filhos do Harry Potter e escrever mais sete livros... ou mais.
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