sábado, 11 de abril de 2015

O bebé (peludo) chorão

Algures num dos andares de cima do meu prédio vive um bebé que, como todos os bebés, chora. Pois bem, e que tem isso de suficiente para dar uma quixotada? Aparentemente nada, não fosse o facto de o Sr. Gato ter um ouvido de lince e, seja a que horas for, acordar do seu sono de beleza peluda, pondo-se a choramingar também.

O som que ele faz nessas alturas é ali qualquer coisa entre o miado e a rosnadela. Também costuma fazê-lo quando acorda e eu ainda estou a dormir, não podendo, assim, dar-lhe logo comida. É, portanto, uma espécie de despertador que pulula da cama perto da hora de eu acordar e que massacra até que desistamos e lhe demos comida e brincadeira.

Mas esta semana apercebi-me de que o fazia também a meio da noite. Numa destas madrugadas, acordou às quatro e meia da manhã com a mesma conversa. Só depois consegui aperceber-me de que lá em cima o bebé chorava (e o som mal chega cá abaixo). Hoje voltou a acordar muito cedo e, pelo meio da sua choraminguice pedinchona, ouvi o bebé chorar também. Portanto agora tenho um gato que vai fazer ano e meio e que se julga no direito de agir como um bebé, acordando a dona com miadelas e rosnadelas para que lhe seja servida uma raçãozita nocturna e, de preferência, acompanhada de brincadeira. 

Vou tentanto ignorá-lo quando começa nestas vidas porque se não o fizer passo a não dormir noite nenhuma, mas às vezes é difícil. Definitivamente tenho de arranjar uma companhia a este gato para ver se passa a ser menos mimadinho e a perceber que é um gato e não um bebé chorão. 

Mas um gato fofinho e que só apetece engolir de bonito que é, atenção.

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