Se o Santo António for mesmo o responsável por encontrar coisas perdidas, então preciso urgentemente de arranjar uma imagem dele para ter cá em casa. É que desde que me mudei que passo a vida à procura de papéis perdidos. Se antes sabia sempre onde parava tudo, agora nunca sei de nada porque, em boa verdade, na altura da mudança valeu tudo menos arrancar olhos. Chegavam as caixas e os sacos e era um despachar de tralha para aqui e para ali como se nunca mais fosse precisar verdadeiramente daquelas coisas.
Mas precisei. Em Fevereiro do ano passado desesperei à procura de um papel com a marcação de uma consulta. Virei tudo do avesso e nada. Bom, apareceu hoje enquanto eu me dedicava a procurar mais um papel perdido, desta vez um mais importante. E melhor: apareceu numa caixa de madeira que tenho em cima de uma cómoda. Era para aí o lugar mais óbvio de todos...
Relativamente ao papel que procurava hoje, nada. Sei muito bem qual o aspecto dele e sempre achei que sabia perfeitamente onde estava. Esqueci-me foi de contar com o facto de que sou um calhau que, no fim de contas, perde o norte a tudo o que seja papel. E porquê? Porque a minha vida é papel e papel e mais papel e vivo assoberbada sob uma infindável pilha de papéis. Ora são declarações disto e daquilo, ora papéis relacionados com a minha profissão, ora são os milhentos papéis e papelitos que as editoras (e não só) me fazem chegar. É tanta tralha que apetece fugir. E quando não preciso de nada em particular, tudo me aparece, todavia se precisar... Ou recorro ao Santo António e ele dá uma ajuda ou não sei.
Portanto agora é isto: há uma ranhosa de uma carta que recebi há uns dois anos que tem de aparecer e não aparece. Estou bem arranjada! Ó Santo Antoninho, dá aqui uma ajuda que isto sem um empurrãozinho divino não vai lá.
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